sábado, 25 de abril de 2015

No dia dos cravos...

Hoje, como todos os outros dias, levantei-me... Hoje, como todos os outros dias desde a passada semana sabia que não teria nada teu no meu telemóvel.

Mas é a ti que te escrevo. Se me permites, mais esta vez. Agora quero-te escrever sobre qualquer coisa.

Sabes, hoje acordei com mais duas amigas minhas com problemas relacionais. Fiz exatamente o que fiz contigo. Propus-lhes o exame de consciência, falei-lhes da minha experiência de vida na área e elas, tal como tu, agradeceram as palavras.

Hoje o dia é o dia que me faz perguntar se a profissão que escolhi faz sentido. Porque tal como tu dizias, se calhar eu até dava um bom psicólogo (e, como sabes, sempre refutei tal coisa). Dias mais tarde disseste "Os melhores amigos são psicólogos sem canudo!" e eu, a partir dessa altura, passei a guardar com gosto essa frase no meu intelecto.

Estou prestes a tomar uma decisão importante na minha vida. Gostava tanto que tu pudesses dar a tua opinião acerca dela. Mas não quero incomodar-te. Nem sei como poderia introduzir o tema. Os dias vão passando e sei que tenho de decidir a minha vida.

Provavelmente decidirei com a mão não só no crânio, mas também no coração. Porque me lembro do que disseste há uns meses quando, ao de leve, abordei este assunto contigo. Disseste para ir para perto de ti. Rapidamente concluímos que a decisão não poderia ser por esse motivo somente, mas também conta.

Conta porque me sinto bem quando estou contigo. E é isso que acontece com os melhores amigos. Espero eu... Há alturas em que penso: porquê tu? E acabo a pensar que não importa fazer essa pergunta, mas sim, poder aproveitar o tempo possível contigo. Nem que seja a quilómetros de distância. Mas claro, com todo o espaço necessário.

Mas agora sei o valor que tu tens. Porque o que eu sentia quando te estava a ajudar não é igual àquilo que eu sinto agora quando me pedem ajuda. Somente, digo eu, porque encontrei a minha twin. Amarelada como eu e tudo!

É por isso que estou tanto na Internet. Porque quero estar disponível para o que for preciso. Mas à noite, sempre guardo um bocadinho para ti, como sabes. Adorei as conversas que tivemos. Chego ao ponto de andar para trás no telemóvel e procurá-las.

Espero não estar a fazer disparates. No fundo, no dia dos cravos, um dia que marcou o nosso país, gostava de poder dar simbolismo a tal flor, tão, mas tão diferente das que eu estou habituado a ver.
Porque o vermelho nos cravos pouco ou nada quer dizer. Há tantas outras cores mais belas.

Termino, dizendo que as minhas memórias contigo estão cá. Estão cá porque eu não me quero desfazer delas, mas pelo contrário, quero intensificá-las...

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