terça-feira, 31 de março de 2009

A 2, não é difícil (Parte 23)

O louvor da boa disposição que os integrava, era mesmo elevado. Foi elevado de forma a conseguir arrastar sofás, mesas, conseguiram um ápside, mudar toda a sala, a primeira alteração de lugar que tinham feito, após a morte dos pais de Adriana. O sorriso dela, poderia não ter a mesma firmeza, podia não ter o mesmo realce do que tinha há 3 anos, quando se conhecram ou mesmo quando puseram de parte todos os rancores, e não se falaram. No entanto, Daniel conseguia decifrar que aquele sorriso, era a chave de uma satisfação interior elevada, como a que ela tinha há muito tempo.
Após a (des)arrumação da sala de jantar, cada um foi-se deitar no seu quarto, conseguiram assim estabilizar toda a vida que tiveram e que ainda tinham. A irmandade que tanto havia passado por maus, como por bons momentos foi consagrada válida e verdadeira, mesmo que essa pudesse demonstrar altos e baixos.
Porém, Daniel continuava no seu espelho relfector, quando estava deitado, com dúvidas, que não tinha coragem de colocar a Adriana. Não as disse, guardou-as para dentro, deixando a cabeça a pensar mais e mais naquele assunto.
A noite passa-se, como sempre, ou melhor, na maioria das vezes, temos Daniel a tomar o pequeno-almoço, e a preparar o de Adriana. Ele não se esqueceu nunca do que haveria de preparar: um bom leite com cehocolate tépido, e uma torrada barrada com doce de marmelo ou com manteiga, daquela que ela gostava imenso. Nesse dia, ele, Daniel, decidiu preparar algo diferente, pôs-lhe, à frente, um copo de leite natural, sem chocolate, e uma torrada cortada ao meio com queijo no seu interior. Achou que Adriana iria detestar, no entanto, quando a vê a "devorar" a comida preparada, recorda-se e compara-a, com uma andorinha, quando chega a Primavera, época em que estas constroem os seus ninhos.
Daniel, com a sua rapidez habitual, vai para o barco, deixando Adriana sozinha em casa; Daniel pensa alto que a faculdade de Adriana está em greve.
Passa-se o dia, e Daniel no regresso apanha o autocarro 7, para recordar as vezes que ele fazia este trajecto, foi até ao Lavradio. Lembrou-se de tudo, completamente. Era de esperar, foi lá, que passou a maior parte da sua vida. Com tristeza, apanha o 14, e sai na paragem em frente a casa. Durante essa viagem, decidiu algo. Esse algo poderá ser triste, no entanto é firme. O facto de ele apanhar a mesma carreira que apanhava/apanhou 15 anos seguidos, fê-lo lembrar, daquele tecto branco, com letras pretas a dizer STOP, com luzes amarelas a piscar. Lembrou-se dos displays, uns tortos, outros ao contrário. O certo é que aquele autocarro já tinha quase 15 anos. Quando chega a casa e expõe a ideia a Adriana, ela simplesmente fica sem voz, sem mexer, e disse está bem...

quinta-feira, 26 de março de 2009

De manhã, de manhãzinha....

Serafim acorda, mal vê o telemóvel, repara que tem três mensagens novas, claro, os assuntos da escola chamavam-no. Decide antes de ir tratar de avaliações e pedidos feitos, sentar-se no sofá a ver televisão. Algo cómico, àquela hora da manhã, porém, algo estranho passa-se com ele. Os olhos castanhos dele, derramam lágrimas, cujas não consegue parar. Pensa que é algo inaceitável e sem razão, no entanto, eu encontro uma razão para este choro, Margarida. Era para ele, alguém especial que "lhe deu com os pés". Rapidamente, limpa as lágrimas e pensa que Margarida é que tem a culpa das coisas. Ele poderia ter errado, mas a reacção de Margarida piorou tudo.
Serafim só pensa em algo que, no meu ponto de vista, não é correcta. Ele pensa que Margarida é importante para ele e ele quer que tudo volte ao normal, no entanto, é tempo perdido, falar com o tempo antes de ele passar. Algo que se aprende nesta vida injusta e com insatisfação. Porém, não me ouve: quer falar seriamente com ela. Eu próprio não sei se resultará. No entanto, só Margarida poderá tirar este peso de cima de Serafim.
Nem eu próprio sei que mais dizer, acontece tanta coisa, com ignorância ao máximo...

quarta-feira, 25 de março de 2009

..... Dia 2.....

É inevitável deixar de escrever sobre aquele amigo que nos é chegado e especial. Por isso, dedico-lhe mais um texto, com opiniões, que repito que estas podem causar-me remorsos e problemas futuros, no entanto, temos de ser mais fortes do que isso. Assim, cá vai mais um excerto.
É certo que a vida não pára para ambos. Todos os dias, a mesma coisas, o mesmo acto ou é falhado ou então é esquecido. Nunca pode-se atribuir culpa a ninguém, ou melhor a Serafim se calhar, segundo a lógica e a razão é ele o culpado. Perco bastante tempo a olhar para eles e deslumbrar-me com as confusões que ele pode arranjar e as mesmas podem gerar conflitos inevitáveis que transmutam muito. Todas as razões foram e são explicadas, no entanto, e pelo que me apercebo dos desabafos dele, Serafim continua sem perceber o porquê disto. No fundo, ele está com remorsos de tudo o fez a Margarida, porém, interpola-se e eu também, frequentemente com a questão: "A radicalidade comanda a compaixão?" Algo que nem eu próprio consigo responder, algo, para mim inexplicável, porque é simplesmente algo que me confundem todos os neurónios e me atrofia todo o pensamento. Teria mais de um ou dois dias para pensar e depois grafar-lhe alguma resposta. Não o faço, mesmo assim, todos os comportamentos inevitáveis de Margarida, apenas assentam numa base lógica e compreensível, um pouco dualista, isto é, abrange duas vertentes: uma delas a saudade, e tudo o que se encontra subjacente; por outro, a rebeldia, a chatice e a necessidade de Serafim aprender.
Tudo isso, mesmo que ela não se interrogue ou então que saiba ou julgue, faz com que ele perca tempo, inevitável, quando perdemos, por quase completo, o carinho, a atenção, a querideza e muito mais de uma pessoa, que não por ser apenas, um assunto complexo, com pouca solução.
Tento sempre ajudá-lo, porque ele merece. Não seria justo, mostrar uma inevitável desatenção dele, porque a amizade é completamente importante em todos os níveis de vida e de crescimento do ser humano. De certa forma, acho que a minha colega, a qual volto a citar, por palavras semelhantes, se tu não tiveres de acordo, eu seria incapaz de realizar algo. Bom, é algo que é inevitável, porque não é inevitável. É um ciclo vicioso. Realizando a analogia entre a Matemática, pode-se dizer que a recta que os unia estaria horizontal ao mesmo nível ou com pouco inclinação; porém, agora apresenta-se bastante inclinada, com ela no plano positivo e ele no plano negativo (tudo isto por conversas e por gestos que me diz Serafim). Torna-se complicado analisar de certa forma, tudo isto, no entanto, tenho de o fazer, chegando a uma conclusão, a qual te transmito de forma clara e objectiva: Vocês eram uma coisa, tinham uma certa relação; Tu podes ter estragado, mas no fundo fundo, é sempre inevitável que se tenha sempre um pé de fora para ajudar todos. Responde-me a esta pergunta, caro amigo: "Achas, se deres tempo ao tempo, que a inclinação da recta diminui?" Eu próprio não sei. Terás de ser tu a responder.
Para finalizar, não sintas o tic tac do coração por alguém que não demonstra isso....

terça-feira, 24 de março de 2009

Um texto diferente, para uma pessoa diferente

Serafim e Margarida, um caso demasiado sério para comentar, escrever, analisar. No entanto, ele existe, e eu, como uma pessoa de fora, mas próximo, tento perceber ao máximo, o que se passa. É certo que a intromissão é má e eu posso arcar com consequências um pouco inevitáveis, no entanto, a amizade é um dos valores mais supremos, deixando assim, todas as consequências de lado. Pois bem, quando alguém viaja, num tempo longínquo, mas presente, parece que o outro parceiro, que não é parceiro nenhum esbate-se, entristece, sabendo que poderá acontecer algo de mal aquela pessoa querida que ele adora. No entanto, nunca poderá estar assim. Aquilo apenas o contraria, naquele momento. A seguir sentir-se-ia melhor, mas de seguida, e noutro momento próximo, na mesma hora, pior de novo. O remédio qual será? Bom, com vista, a ser um amigo bastante próximo, e ao ajudar o rapaz é sempre complicado dizer-lhe que se estiver sempre a pensar na mesma pessoa, é impossível, porque de certeza que ela terá mais coisas/pessoas na vida em que pensar. Ele não gira à volta dela. De certo modo, é impossível realizar esta acção, quando alguém ou algo é-nos bastante, não só para mim como para Serafim. Tendo por base, outra autora, minha colega, a qual admiro bastante, e transformando um pouco as analogias que a mesma pretende transmitir, a árvore, o Serafim, chave de conhecimento, cresce com o Sol, Margarida, a chave do ouro e do calor, no entanto, Margarida, raramente cresce com Serafim. Ela está perante o poder quase absoluto. Todas as caras estranhas ou não estranhas de ela, reflectem-se nele, bem como todos os seus comportamentos.
Serafim, segundo ele, trocado por outro alguém, continua sempre a magicar na sua existência, enquanto qualquer coisa que não sabe bem o quê para ela é.
Apoiando-me, mais uma vez, na tal colega admirada, tudo o que se havia passado entre S e M, não pode de modo algum terminar com uma simples confusão não confusa entre eles, infelizmente, o presente-passado, deles é o presente-passado de muitos dos quais, não assumem algo que sabem, ou enquanto que erram e que não se descorrem do que erraram.
Serafim comentou-me algo do género, "ela perdeu demasiado tempo comigo, sou alguém impensável, apesar de tê-la ainda, como uma importante pessoa para mim. Ela não me merece, deu fortemente sinais de isso". Nada mais errado, na minha óptica. De nenhuma forma se perdeu tempo, porque todas as pessoas importantes para nós, fazem com que nós sejamos importantes para elas, mesmo que não assumam. Se deres tempo ao tempo, verás que a tua chave de ouro, baixará e tu conseguirás tocar-lhe, com carinho de formar a tentar apagar os maus momentos que não desejam que estejam escritos e relembrados. Algo que apenas podem fazer mutuamente, nunca sozinhos.
Mais acrescentando, para finalizar, todas as reacções que existiram é impossível ser fruto de uma desaprendizagem, porque tal como eu, tu és um ser racional, com capacidade de passar obstáculos, de forma correcta.
Pensa nisto...

terça-feira, 17 de março de 2009

A 2, não é difícil (Parte 22)

Aquela noite marcara os dois de forma "permanente", ambos aprenderam que por trás daquelas cara que ambos conheciam, existiam outras que estavam a revelar-se dia após dia. Daniel sentia-se cada vez mais longe de Adriana, no entanto estava tão perto de ela. O dia do baile havia chegado e Adriana convidou Daniel, no entanto este só foi por respeito à irmã, visto que achava que outras pessoas mereciam mais do que ele. Porém, ele tinha sido o escolhido. Não havia discussão, ele foi com Adriana, divertiram-se à brava, mesmo até ela rebentar. Daniel poderia estar cansado, no entanto, nunca o demonstrou.
Já em casa, derreados, cada um deita-se na sua cama e deixam qualquer esclarecimento/comentário para o dia seguinte. Assim o fizeram, na manhã seguinte, Adriana e Daniel falaram, falaram, falaram. Era sábado, um dia que também recordaram para sempre. Foram ao cinema, brincaram com as almofadas, conversaram. Daniel, termina a conversa com a frase: "Percebi que não vale a pensa ceder a interesses superiores, estou feliz assim contigo. É pena que a intemporalidade não exista."; Adriana após Daniel dizer isto, abraça-o como irmão, de forma a dizer, "obrigada, lês os meus pensamentos". Ele percebeu tudo o que ela quis dizer. Tinha experiência.
É tão fácil perceber uma pessoa quando se fala tranquilidade, percebe-se tudo.
Um fim-de-semana passa-se, Adriana desenha, desenha, desenha, e Daniel estuda, estuda, estuda. Um domingo parecido àqueles que tinham no ensino secundário. A intensidade do estudo era tanta que as olheiras de Daniel tinham regressado. É inédito. Ele não queria nada que elas voltassem. Ainda se lembrava daquela doce voz numa aula a dizer: "deves disfarçar.....". Daniel riu perdidamente, até que Adriana chega ao pé dele. Nesse momento, Daniel cala-se, voltando a estudar, silenciosamente. Ela diz-lhe para continuar a rir, porque, estava com saudades, do mau riso dele.
Ainda arranjam tempo para cantar umas músicas, tendo por base recordações e memórias virtuais. Era de louvar aquela boa disposição...

domingo, 15 de março de 2009

TPNA FNM

Enigmas, tal como gosto. É difícil, sentir, promonorizar tudo, todos os fatos, todos os achegos, todas as reacções, todas as"mancas", tudo tudo. Porque é que o ser humano fica dependente de alguém ou de algo, podendo assim comprometer a sua vida. Costuma-se dizer que com os erros, as pessoas aprendem. Neste caso, aconteceu o mesmo, no entanto, toda a alvorada que se levantou tardará bastante a regressar ao mesmo, ou mesmo nunca regressará ao mesmo patamar de estabilidade.
O tempo que passou foi pouco a nível geológico, como para ele, no entanto, a rapidez dos dias, todos os segundos contaram, o que demonstra um tempo bastante longo. Todas as chatices, todas as aprendizagens, todas as companhias, todas as saídas, deram para contabilizar toda a amizade que existia perante o mundo. O sorriso débil que me conseguiste criar, simplesmente foi divinal, foi na última semana de todo o "mundo" antigo, penso eu.
Algo como a simples e insignificante dobra de roupa, marcou-me de tal maneira que, consegui, a partir de aí dobrá-la, capazmente. Era algo que nunca tinhas dado conta, mas que aconteceu.
Chega do passado, o que interessa é o presente que já passado e o futuro que já é presente; todos tudo, ao contrário da infinitude das coisas bonitas, das substituições, da vida em si, da perda do débil sorriso, da perda de massa corporal; bastantes coisas, fizemos (utiliza-se a primeira pessoa do plural, porque não fui só eu que me "portei mal"), de modo invisível e outras visíveis de mais.
É-me mais uma vez impossível pensar no caso contrário, porque todas as reacções seriam diferentes, todas as conversas que deviam ter existido que não existiram. A culpa disto não é de ninguém, porque se as pessoas são diferentes têm comportamentos e atitudes diferentes.
Não vale, no presente-passado em que nos encontramos, escondermos as coisas, porque a fraqueza que era escondida, quando algo que a esconde cede, fica à vista de todas, deixando um ar de negridão à mostra, a tristeza desse acontecimento é cada vez mais forte à medida que o tempo passa. Numa esfera sentimental, ou melhor, para ser mais preciso, numa ampulheta mágica, todas as cores felizes, quando passam, naquele pedaço estreito, mudam de cor; Quando a areia volta a ter um tom feliz? Quando a pessoa que manda nela quiser. Todo o "espectáculo" que ocorre é fruto da insatisfação e da revolta que se tem interiormente.
Toda a tristeza que contenho deve-se a sentir-te longe, a no ser a menina acolhedora que se chateou com as minhas acções. I'm unhappy x(
Um "salpicado" de informações possíveis que tendem para o vazio é escrito, sem sentido algum.
O passado-passado, não pode ser mudado, mas o presente-futuro, fica nas nossas(tuas) mãos; o tempo não regressa atrás.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Um título indefinido para tudo o que aconteceu/acontece, será o mais correcto, nesta altura do campeonato. Qualquer mutação genética tem como base um único princípio, o da igualdade. Aí, ramificam-se, podendo exisitr ramos e ramos. Enquanto, os ramos não se encontram, por um olá! ou por um bom dia! ou por não se conhecerem, nao descobrem se são mutações genéticas. Poder-se-á dizer que mutação genética simples é sempre mais fiável, porque famílias diferentes podem dar rebentos genéticos: com características semelhantes, outras diferentes. Quando se encontram, a legria compremete-se a tratar do que falta, com todos os patamares de preenchimento limitado, visto que existe sempre, por cada um estabelece, um princípio ao nível do cérebro.
Todos os sorrisos, todos os sinais consientes de uma mutação genética verfalsa, acontecem, mesmo quando não se espera.
Afastando-se um pouco da genética, existe a amizade que, também se pode ligar à genética, como já referi anteriormente, no entanto, quando não se liga vivamente, tem-se aquelas pessoas: entre 5 e 10, num caso, em que temos aquele apresso especial. Parecendo que não conseguem dar sempre a mão, puxar-nos sempre de onde estamos, para níveis superiores. Sim, existe sempre uma grande cumplicidade a todo o nível entre eles.
Voltando à genética em si, e na sua relação produzida, num caso particular, tem-se a distância como factor dispensável, não só como horrível, mas também como algo que ninguém tenta gostar.
"Se perdesse a minha mutação genética, sentir-me-ia mal, é alguém que complementa todo o ser que existe. Alguém bom e compremetedor".
A amizade de novo, como caracterizá-la...?
Será válida? Porque razão existe amizade? Não bastaria existir um conhecimento básico ou então uma mutação genética mais aprofundada...? Além de justo, seria justo e completamente válido, não só a nível físico, mas também a nível psicológico.
Terminando com a salganhada de sentimentos físico-psicológicos que me irradia: "tristeza, satisfação, felicidade e nojo". Perguntarão, como é que possível um ser humano ser feliz e infeliz ao mesmo tempo. Se pensarmos em máscaras que temos e se tirarmos uma após outra, mas pusermos logo de seguida a mesma, temos essa diferença, essa possibilidade! Nojo de quê? As características pessoais não chegaram para complementar toda a verdade existente.
Será que valeu tudo...? Será que a "mutação genética" chegará apenas?
Perguntas que é-me impossível responder, com elas, tende-se sempre a concluir objectivos pessoais, os quais são completamente equívocos.
"A finitude é a tua característica"

domingo, 8 de março de 2009

Adeus...

A 2, não é difícil (Parte 21)

Parecendo que não aquela escolha mudou mais uma vez, toda a vida dos manos. Quando Adriana soube da obrigatoriedade das aulas de Educação Sexual na faculdade, fez todos os possíveis para não se inscrever, uma vez que, para além de não se sentir à vontade no assunto, acha que Daniel não era a pessoa mais indicada para dar as aulas. Daniel, quando chega a casa, estafado e completamente desejando o suave toque de Adriana, ouve o sermão que não estava a espera. A única coisa que disse foi que já tinha jantado e que ia-se deitar. Adriana responde-lhe, perguntando se já jantava na faculdade; coisa que era estranha acontecer. Ele preferia fazer o seu jantar.
Essa noite ficou aqui, Daniel na cama, numa sexta-feira, mais cedo do que o habitual e Adriana no sofá, com lágrimas sucessivas de tristeza e raiva misturada. Interpolava-se interiormente, como havia sido capaz de dizer aquilo tudo a Daniel. Ele que a tinha acompanhado, realizou alguns dos sonhos dela que não eram nada simples e fáceis de realizar. Daniel, na cama, não consegue descansar pela forma com que falou à irmã. Levanta-se e decide ir ver o correio. Contas, contas, contas e duas cartas diferentes: uma para Adriana e outra para Daniel.
A de Daniel, não tinha qualquer tema de especial pois era apenas a consolidação da matrícula na Faculdade de Farmácia de Lisboa. No entanto, a de Adriana era bastante comprometedora. A faculdade de Belas-Artes convida as alunas para o baile de início do ano lectivo, que se realizaria na sexta-feira seguinte. A AE da faculdade dela, tinha deixado um PS na carta, dizendo que os convidados teriam de ser do sexo oposto. Aí, Adriana pensa, repensa e volta a pensar em todos os tipos de pessoas que poderia convidar: José, Daniel, Marco, entre outros. Porém algo que Adriana sentia naquele dia, dizia para convidar Daniel, mas ela estava em dúvida. Daniel, nem ligou muito ao que Adriana ligou, visto que ele, sabia de certeza que não seria o convidado dela. Se fosse à uns meses ou anos, diz ele, seria mais fácil.
Tenho a impressão de que o título deixa de fazer sentido, a 2? Se na faculdade ninguém fica a dois. Ficam sempre em 10, 20 ou mesmo um grande número de pessoas.
Adriana ia-se deitar. Daniel fica triste e completamente derreado, quando vê a sua irmã a ir para quarto.
A razão desse choro era impossível ser descodificada. Agora é Daniel, que mais uma vez se relembra de tudo. Este tudo, ficou um pouco específico, deixando assim, na sua mente uma imagem de três pessoas a passear em plena cidade. É impossível, mesmo Daniel, não ter tido outra atitude, porque esta demonstrou respeito. Ainda pergunta nesta altura, como é que aquilo foi acontecer. No entanto, as perguntas desfazem-se na sua mente, através de um sopro, mulherengo e adolescente ainda. Era Adriana com almofadas. Queria mais uma guerra de almofadas. Algo que já não acontecia à muito. Porque é que ela mudou o seu comportamento repentinamente?

sábado, 7 de março de 2009

A 2, não é difícil (Parte 20)

Adriana preocupada, faz todos os possíveis para saber o que Daniel tinha. Perderam os pais, Daniel tinha sido operado e agora isto? Adriana resmungou várias vezes e perguntava para o ar, o porquê de tudo. A tristeza que ela tinha a ver Daniel deitado, bastante branco, quase sem cor, ali, em sofrimento deixou-a completamente triste, sem forças, tinha-se apenas de dedicar a Daniel. Solta uma lágrima de cada olho e Daniel ao vê-lo, diz que não é preciso fazê-lo, porque de certo modo, com tudo de mal que tinha, chegou a sua hora. Faltava apenas o fechar dos olhos definitvo, já prometido à muito. Pensando que não Adriana, achapada Daniel, de modo a calá-lo, porque de certeza que Adriana não viveria bem sem ele.
O certo é que o conjunto das lágrimas na mãos, fez bem a Daniel, e este rapidamente voltou a ter tom de pele característico dele. Adriana em todos estes momentos fica afilita, pois pensa que vai perdê-lo, algo que se aocntecesse, como já foi referido, seria horrível.
A beleza de Adriana contrastava com a mostruosidade de Daniel. Ele nunca tinha sido alvo de nenhum piropo, apenas aqueles de brincadeira. Também nunca havia-se chateado com isso. Porém, e após 18 anos, 9 após aquele gosto mirabolante por uma colega do 5.º ano, e após várias decisões mal tomadas, chega à conclusão que o mundo para ele era algo inacessível, deixando tudo o que tinha para Adriana e para quem fosse viver com ela no futuro. Mas a morte ainda não tinha chegado para Daniel, apenas tinha sido um susto.
Pensando que não deixou a alma dele bastante transtornada, porque Daniel nunca tinha sido nenhum rapaz que gostasse de qualquer rapariga, nunca tinha sido capaz de ter nenhuma relação séria. Tinha apenas capacidade para ouvir, esclarecer e tratar dos outros, admitindo algumas vezes que já chegava. Mas nunca conseguia que existisse um fim. As pessoas eram bastante importantes para ele.
Tudo isto em pensamento, no entanto os castanhos-avelãs olhos, tinham apenas uma fixação: os olhos de Adriana. Estranho era, porque a cor era a mesma e ele já os tinha admirado e deslumbrado bastantes vezes. Penso que Daniel estava fora de si, estava sem alma. Parecia um corpo morto, a única diferença que tinha era estar quente.
Rapida e energeticamente, volta a si passando a perguntar a Adriana o que se estava ali a passar.
Algo que ele achava estranho, era ficar assim de um momento para o outro. Mas está bem neste momento e é isso o que interessa.
Uma noite se passa e Daniel, de manhã cedo recebe uma chamada do reitor da Universidade. Ele convocou Daniel para uma reunião urgente.
O motivo era desconhecido. A sorte é que naquele dia podia ir com Adriana até à faculdade dela, porque a faculdade de Belas-Arte tinha ligação com a reitoria. Dá o toque! Adriana teve de ir para as aulas.
Daniel dirige-se para o gabinete do reitor onde é confrontado com a proposta de leccionar a disciplina mistério. A todo o gás, passa uma circular pelas faculdades todas, com ordem suprema para anunciar que as aulas mistério iriam começar.
Algo anormal se passou para um aluno do primeiro ano de faculdade ser convidado para dar uma disciplina: Educação Sexual. Porque ele foi escolhido, alguém tão atado nisso, sem experiência e com uma casa para lidar?

sexta-feira, 6 de março de 2009

A 2, não é difícil (Parte 19)

A resposta às perguntas não pode existir, porque perderia a graça, a ventura dos dois irmãos, agora na faculdade. No primeiro dia viram nos dois horários, duas semelhanças, têm Filosofia juntos e outra disciplina que não sabem qual é. Não era especificada no horário. Bom, os manos passaram a acordar às cinco da manhã, tomar o pequeno-almoço, apanhar o barco e o metro, tudo, tudo, perto de quarenta minutos, eles faziam questão de serem os primeiros a chegar à faculdade. As estações de metro poderiam ser diferentes, mas o contacto pelo telemóvel existia sempre até à entrada de ambos.
É giro ver como existe um casal de recém-adultos, com tantos hábitos iguais desde tão novos. Tudo o que acontecia entre eles fazia lembrar os pais, mais uma vez, haviam sido questionado sobre isso no acto da matrícula. O tempo tinha passado, mas a mágoa da perda dos pais continuava sempre.
O tempo do primeiro dia de aulas passou e chegou a hora da aula de Filosofia. Aí não se sentaram juntos, Adriana não quis. Daniel não insitiu, porque ela era livre. Ele não a podia prender com cordas.
Foram 90 minutos de aual ao contrário dos 120 das outras aulas. Parecia que já conheciam a docente que leccionava as aulas, claro, era a professora deles de Filosofia do Secundário. Aquela pessoa que era sapientíssima e tinha conhecimento actual de tudo e interessava não só pela área racional, mas sim também pela Física.
Eram sorrisos para lá, sorriros para eles, para os manos. Era a primeira vez que Daniel sorria tanto numa aula. Aquela máscara séria foi retirada com geito, mas com intencionalidade.
A aula tinha terminado e Daniel já não tinha mais aulas, porém Adriana ainda tinha mais 2. Daniel apanha o metro, o barco e chega a casa, sozinho, insípido, cor bastante esbranquiçada, parecia que algo tinha corrido mal.
Adriana nada fez, porque ele percebeu tudo o que ela tinha dito e escolhido. Quatro horas mais tarde, chega Adriana a casa, já com Daniel cheio de febre e deitado na cama. Adriana a reacção que teve foi de estar ao pé de Daniel para ver o que se passava. Desta vez, não era qualquer doença sentimental, mas era mesmo psicológica. Ele tinha metido na cabeça que ia ficar doente. O sorriso da aula de Filosofia foi transformado em lágrimas. Daniel tinha vomitado as torradas que tinha preparado antes de Adriana chegar. Ela não o sabia...

A 2, não é difícil (Parte 18)

A estada no Alentejo aconteceu durante o tempo planeado, enquanto isso a perna de Daniel, ia melhorando significativamente. Teve mesmo a certeza de que não iria atrasar por um ano o curso de Ciências Farmacêuticas. Ele, desde pequeno, que tinha aquele sonho e ia consegui-lo cumprir, não só para a sua vida, mas também para realizar, de certa forma, o desejo da avó materna.
Assim foi, quando regressou do Alentejo, não anulou nada, e deixou de andar de canadianas, estava francamente novo. Dois dos problemas que atormentava Daniel era, como seria o comportamento de Adriana, daqui para a frente e outro era a rotina entre eles. Esta última estava a dar cabo da relação mútua que tinham construído.
Não há problema, diz Daniel. E é verdade a rotina deve ser sempre quebrada a todo o custo, mesmo quando parece difícil quebrá-la. Sem mais nem menos, põem-se a guerrear um com o outro. Parecem umas crianças, a apertarem inocentemente o pescoço um ao outro, ela a tentar defender e a momentaneamente, ganhar a ele. Mais uma vez se prova que quem tem o par XX tem sempre, mais força do que quem tem XY.
A brincadeira durava a noite inteira, pode-se dizer que a última vez que brincaram deitaram-se, já de manhã, contra as rotinas que Daniel tinha desde criança.
Adriana desde que conheceu Daniel, mudou-o e ele mudou-a, completamente. Pode-se dizer que os manos mudaram de personalidade por se conhecerem melhor e perceberem que os defeitos de um eram as qualidades do outro e ajudaram-se mutuamente até ao dia de hoje.
Pareciam namorados, é certo, pareciam miúdos é certo, no entanto, os melhores amigos brincam como se fossem putos e comportam-se como fossem namorados, em algumas ocasiões. É normal, é retratado no século XXI e sê-lo-á, se continuar como está daqui a séculos.
Conseguiram assim, quebrar a rotina, quebrar toda a ânsia que existia entre todos os assuntos. Será que algo mudará com a entrada na faculdade? Será que os manos separar-se-ão? Será que Adriana dirá um Ai bem forte pela primeira vez? Será que Daniel fará algo que nunca fez na vida? Será que....

quarta-feira, 4 de março de 2009

A 2, não é difícil (Parte 17)

Quando Daniel fechou os olhos, Adriana pensou que o tinha perdido para sempre, abrançando-o fortemente. Porém, já com Adriana com olheiras profundas, triste e desgastada, Daniel acorda, voltando a ser o Daniel que ela conhecia, sensível, querido e um exemplo nalgumas situações.
Aí saí um YESS da boca de Adriana, com umá lágrima ao canto do olho direito e com um sorriso bastante forte nos lábios.
Entra o médico e diz a Daniel que terá alta no dia seguinte, mas terá de andar dois meses de moletas; Adriana não se importa com isso, já tinha traçado as suas prioridades. Porém é surpreendida por Daniel, quando este diz que não vai esperar um ano para entrar na faculdade. Vai fazê-lo este ano, esteja como estiver, de moletas ou de cadeira de rodas, não importa. "O mundo é cruel, mas não há direito de sermos julgados por qualquer situação, sendo ela temporária ou definitiva!".
Com este lema, Adriana vai contente descansar para o sofá do quarto de Daniel, deixando-o descansado e na calma. No entanto, a contradição de calma, foi traduzida em trabalho para Daniel, apenas eram as pernas que estavam 'doentes', o resto está bom, ele podia trabalhar e preparar tudo.
Passado um dia Daniel saiu do hospital, deixando para trás, dois dias de completo sofrimento e de angústia. A proposta de Adriana foi ir ao Alentejo. De certeza que ele ia melhorar significativamente, o campo era uma das coisas mais adoradas por ele.
Daniel, parecendo uma crinaça, no banco de trás, a cantar, bem como Adriana, porém ela no banco da frente, a conduzir. Felizmente, não tiveram nenhum acidente. Chegaram ao destino, onde Adriana ajudou ao máximo Daniel. Tiveram de lá, no Alentejo, comer a excelente comida de Adriana e não a comidita de Daniel, apesar de também ser de boa qualidade. A confecção de doces foi o que mais ajudou na recuperação de Daniel, conjuntamente com a boa disposição.
Decidiram ficar uma semana na casa de campo de Adriana. Daniel resmungava, mas aquela voz doce da doce rapariga, ficava sempre bem. A única coisa que ali faltava eram chatices. Porém eles não queriam tê-las.

domingo, 1 de março de 2009

A 2, não é difícil (Parte 16)

Aquele momento em que Daniel estava caído no chão, com uma hemorragia, significou muito para Adriana, e recordou que tudo o que havia passado com ele tinha sido excelente. Mas não havia tempo para pensar, Adriana tinha de continuar a fazer uma compressão directa para tentar estancar a hemorragia a Daniel. Ela fez tudo para estancá-la, porque ele era a sua única família.
Eis se não quando chega a equipa de socorro para levar Daniel na maca para o hospital. Adriana apenas pergunta qual é o hospital que o vai receber, não consegue perguntar mais nada. Continua com as suas lembranças, mas apenas as boas, deixando assim as más para trás.
Apanha de novo o metro até ao hospital. Mesmo perto de Daniel, sente-se longe dele. Vê-o a ser levado para o bloco operatório, onde surge uma complicação.
Daniel tinha perdido sangue a mais e não era encontrado em nenhum banco de recolha, o tipo de sangue dele. A salvação foi quando a enfermeira repara num cartão com características sanguíneas de uma rapariga, Adriana. Ela, rapidamente doou o sangue para Daniel. Ele foi salvo. De volta à enfermaria, a primeira pessoa que ele vê é Adriana, que lhe dá um beijo, um mero roçar nos lábios.
Estaria Daniel a sonhar? Eles não namorava, tinham encontrado a estabilidade sentimental, e agora ela deu-lhe um beijo. Daniel sorriu, porém tinha pela frente dois meses de recuperação. O seu sonho de ser farmacêutico foi assim adiado por um ano. No entanto, Daniel não queria que o sonho de Adriana fosse adiado e diz-lhe, ainda meio ensonado:
- Adriana, vai para a faculdade, eu fico bem sozinho.
A resposta de Adriana foi insípida e automática:
- Minha árvore, por ti, sou capaz de esperar o tempo necessário. Agora, és mais importante do que os estudos.
Com estas palavras Daniel fechou os olhos, deixando Adriana sozinha no mundo, por escassas horas.