quinta-feira, 11 de junho de 2009

A 2, não é difícil (Parte 30)

Depois de ter ficado sóbrio e com uma brilhante dor de cabeça e de ter pedido desculpas à irmã e esta o ter desculpado e chorado, sem saber o porquê desta acção, passam-se meses de forma rápida que se chega a Junho.
Eram os meses finais do 1.º ano de faculdade. A aula de Filosofia terminou, deixaram de estar juntos, ele mudou de curso e ela ainda não tinha descobrido qual era. Começaram a afastar-se sem razão aparente. Sendo eu um amigo dos dois, perguntei a cada um o que se teria passado para tal acontecer, no entanto, ouvi respostas diferentes. Ele, o Daniel, respondeu-me que estava cansado de ser ignorado e que a irmã tem independência e não se queria meter muito mais na vida dela. A irmã, Adriana, responde, entre os dentes que sente a falta dele, poderá mesmò, às vezes ser um pouco desleixada e esquecida, mas uma pessoa que também a fez crescer será, para ela, relembrada o resto da vida.
Viviam os dois na mesma casa, mas agora passaram a ter horário diferentes e mal se encontravam. À sexta-feira, no jantar, data que eu nunca mais me esqueço, 12 de Junho, foi o momento mais ancioso para Adriana e Daniel. Ele quis-lhe explicar tudo. Relembro-me muito bem, de ele lhe dizer que tinha mudado de curso, estava agora em Medicina. Ele explicou-lhe sendo a justificação aceite pela irmã bastante bem. No final do jantar, Daniel toca de propósito no assunto da vida. Perguntou se tudo tinha corrido bem enquanto Daniel tinha estado em Londres. Adriana admirou-se, uma vez que ele nunca lhe tinha tocado nesse assunto.
Ela ao responder, diz tudo, da forma mais clara e simples. Foi uma frase do tipo :"Não se passou nada, eu queria ter ido contigo".
Daniel responde-lhe que se ela tivesse ido com ele, iria sido uma "seca" muito grande. Ele fez-me pensar que salvaguardava a irmã do pior de tudo.
Nesse ano, acontecia o mesmo do que no maldito ano de 2009, dois feriados juntos, mas 3.ª e 4.ª feiras. Óbvio que como Daniel era ficou em casa nesses dois feriados, não saiu ao contrário dos "ricos" do curso que ele estava a tirar.
No primeiro feriado, sem mais nada é convidado por uma colega dele, para ir sair à tarde à Costa de Caparica. Essa colega era como uma pessoa especial para Daniel, depois de Adriana. Assim o foram. Eu tentei segui-los e consegui. Observei todos os movimentos deles. Viu-se bem as vezes que andaram de mão dada e o que andaram no paredão das praias.
Chegam às 19 horas e Daniel insiste para irem jantar. Ela, como estava habituada a jantar cedo, aceita e vão ao mais conhecido restuarante da Costa, mais caro e com vista para o mar. A comida dele havia vindo equivocada e ela fez-lhe questão de lhe dar à boca, com garfo dela, um pouco da sua açorda.
Sinceramente achei que eles iriam namorar, mas acabasse o jantar, mas não. Voltou cada um para sua casa, sem que nada tivesse acontecido. Daniel decide ir dormir à casa que tantos anos o acolheu durante a infância, enquanto Adriana ficou em casa a ver um dos seus filmes favoritos. Ela liga para Daniel a perguntar se está tudo bem, e ele diz que sim, no entanto, mente. Daniel, desde que ela se começou a afastar dele sente-se mal. Começou a vestir roupas cada vez mais escras, mas Adriana não deu por isso. Ele acrescentou no telefonema que não iria dormir em casa, mas que ela podia ir dormir na cama dele se se sentisse mais confortável.
No dia seguinte, quando Daniel regressa, Adriana já tinha preparado todo o pequeno-almoço para ele. Acho que Daniel se havia sentido um rei.
Ela não o questiona acerca da noite que havia passado, nem tenciona ir revistar todas as gavetas do quarto dele. Simplesmente acha que ele também já é adulto o suficiente para saber o que faz e com que faz. Se ele deu-lhe isso a entender, ela decidiu que também o dava...

domingo, 7 de junho de 2009

A 2, não é difícil (Parte 29)

Não chegou o abraço que Adriana lhe tinha dado. Por dentro Daniel, pensou em tudo, todas as suas memórias esquecidas foram reavivadas, a todos os níveis; acho que posso dizer que Daniel havia renascido: Uma pessoa pura, sentada no braço do sofá da sala dos avós, abraçada pelo avô, a ver televisão em conjunto; as vezes que se levantou as 5:30 de modo a ver todos os desenhos animados possíveis. As vezes que saira com a avó, à praça, à igreja, à catequese, à própria escola, onde não conseguia aguentar nenhuma refeição até meados do primeiro período lectivo. Consegui ver, entretanto, um mini-Daniel a brincar com as raparigas às caixas, às lojas e o mal que se passou no 3.º ano do ensino básico. A partir de aí a abrupta sociedade, de vendas nos olhos, começou a julgá-lo até aos dias de hoje; A menina, o gay, o paneleiro, eram dados nomes a Daniel todos os dias, faziam-lhe a perna todos os dias, até conseguiram brincar com a sua inocência de modo a que ele fosse obrigado a ir para o pior lugar da sala de aula. Foi assim que agradeceram as vezes que ele lhe tinha feito os problemas de Matemática ou então as respostas de Língua Portuguesa.

Ele sai do ensino primário e ao entrar no ciclo a história repete-se, começa a ser posto de lado, pelos colegas de escola; aí aprende constantemente que ele e só ele percebe o que ele próprio estava a sentir. No entanto, surgem, como anjos, 4 pessoas excelentes que o acompanharam até ao final do 3.º Ciclo que o ajudaram a todos os níveis; mas nunca o viram chorar, durante todos aqueles anos. Anos se passam e no 8.º, Daniel conversava com as colegas novas e ao descair-se um pouco, apenas acerca de 1mm, toda a escola sabia o segredo dele. Aí e após ser desmistificado tudo, ter emocionado professores e funcionários, aumenta a rejeição dos colegas de escola. Acho que para os outros apenas interessava as vezes que Daniel deixava que os outros vissem os TPC, ou então que lhes safasse das faltas. A sociedade do mundo de Daniel, o mundo Terrestre, julga-o de forma tão abrupta, tendo até a possibilidade de excluir e dos outros terem nojo de uma pessoa tão dedicada aos outros. Daniel apercebeu-se aí que não aguentava; o seu sorriso, tornou-se numa cara séria; perdeu toda a sua dignidade; ele era como um pó que estava no meio da vida dos outros. No entanto, e após de tudo, consegue cosntituir em 36 anos de escola, pela primeira vez, uma assembleia de alunos na escola onde estava. Rapidamente e por engano foi excluído de uma coisa que tinha sido ele a criar.

Ao pensar que ao mudar de escola, para o ensino secundário, as coisas melhoraram, no entanto, em quase nada muda. Os colegas já eram conhecidos dele, ou então a maior parte. Ele aí, começa a chorar, toda a sensibilidade mudou quando, num cubiculo vê coisas sem pensar nelas, sem merecer que elas acontecessem. Para o salvar, se foi esta a sua missão, uma das suas colegas, conseguiu tirar o mestrado no curso de "Entededor de Personalidades" e passa a vida, ao contrário de outros, a constituir uma dupla excelente com Daniel. Quando, por fim, as más-línguas percebem que não chegam a nenhum sítio , ele conehce um novo amigo, José. Companheiro dos manos, no presente, acompanhou-o(s) durante todo o ensino secundário. Porém, para Daniel quase tudo se mantinha: ele era como se fosse usado; continuou sem sorriso, sem poder viver o que queria viver, a ter de ser sério para afastar pessoa da sua esfera pessoal e integrar outras.

Após tudo isto, Daniel acorda, com uma dor de cabeça estonteante, e Adriana pergunta a Daniel que se passou. Sem mais nada, ele dá-lhe um estalo.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A 2, não é difícil (Parte 28)

Ele estava cada vez mais mudado, deixou de se interessar pelo que se tinha passado com a irmã enquanto ele esteve em Londres. Achou que ela, como maior e vacinada que era, tinha de ser responsável e por isso ele desinteressou-se.
Pensaram que contactar todos os colegas do 10.º ano e irem dar uma volta ao maior parque da cidade deles. O maior problema foi que na paragem em que eles iam apanhar o autocarro falhou uma carreira. Como alternativa, o senhor dos transportes, Daniel, propõe em irem todos numa carreira que daria também ao mesmo sítio, mas por outro caminho. A viagem corre bem e quando saem do mini, Daniel deixa-os, pretendendo assim, ter consciência, da falta daquela carreira. É acompanhado, no entanto,por uma colega de outra turma que se havia infiltrado. Mal ele chega ao ponto de enontro, começa o telemóvel a tocar desalmado, era sempre chamadas atrás de chamadas, sms atrás de sms e quando, por sorte Daniel atende uma, e dizem que uma das colegas caiu, ele começa a correr desalmadamente, sobe a colina e quando chega ao sítio onde está a turma, fica a par da situação. A sua irmã, Adriana tenta acalmar a colega que caiu, mas ela dificilmente consegue sorrir. Tem a face bonita e rosada feita em lágrimas, não parecia a mesma pessoa que Daniel havia conhecido.
Após Anabela ter sido levada para o hospital, e os restantes colegas, continuam a passeada pelo parque, Adriana intigra-se q tenta soltar umas lágrimas, sinceramente, não sei se consegue. Vi, e isso vi bem, foi Daniel, e pensei, tal como ele, a vida que ele levava como o senhor dos autocarros e agora culpava-se pelo que aconteceu a Anabela. Passou o resto da manhã a dizer e entoar alto: "E se tivessemos vindo no 17?". Rapidamente a irmã diz que ele está a pensar de forma errada, no entanto, Daniel faz fachada, no seu interior, continua desmoronado e completamente desterrado.
Passma dias e dias e Daniel perde o apetite, perde a vontade de fazer o jantar, de acabar o secreto curso dele, de tudo o que tinha feito na vida; e melhor a partir de agora tinha medo de dar alternativas aos colegas para irem para diferentes sítios.
Para ele, passa um mês a correr, e sem ele esperar e quase sem forças cambaleia pelas ruas da Cidade Universitária, sem rumo, com as costas coladas ao estômago, e com a cabeça feita num oito.
Sem mais nem menos aparece-lh à frente um grupo de vagabundos, porém não lhe exigem mais nada do que ele consumir droga.
Daniel, a pessoa certinha, estava agora sem cabeça e com o espírito em baixo e decidiu experimentar a substância que lhe haviam oferecido; ele como estava não tinha consciência de que "aquilo" lhe ia fazer mal. Ele experimenta via oral, nasal e até num dos sítios mais remotos espectam-lhe na divisão entre o braço e o antebraço uma seriga com uma substância estranha.
Sem consciência de si, vem para casa, como um sem-abrigo, e mal entra à porta caí redondo no chão.
Acho que se Daniel pudesse havia escrito algo para conformar a irmã, no entanto, não teve tempo apra o fazer. Adriana perante esta situação larga a faca que tinha na mão e abraça com cumplicidade o irmão de modo a ele despertar.