Daniel vê a mesa com salpicos de água e pára de escrever. Repara assim em Adriana que estava a ver o que Daniel estava a escrever. Acho que Adriana nesta altura, conseguiu transmitir tudo o que queria a Daniel. Nenhum dos dois fez juízos errados. E, na minha opinião, reiniciaram tudo, 'destruíram' tudo e começaram a pôr o primeiro tijolo de novo.
Assim sendo, depois de terem tomado o pequeno-almoço, sairam juntos de casa, e dirijiram-se ao fórum. Combinaram que não poderiam falar em pretérito nenhum, porque queriam sentir tudo de novo, para não ter erros e não causar problemas. Cada um surpreendeu o outro. Confesso que me emocionei interiormente, porque não pensei que Daniel fizesse o que fez para ver a irmã sorrir. Daniel contentava-se com pouco, e um abraço forte da irmã fez com que pudesse lançar o sorriso que mal se vê.
Estava um dia solarengo e os irmãos combinaram que iam à escola que os acolheu para passar uma boa manhã e rir um bom bocado. Foi de louvar a combinação de jogos que escolheram fazer desde o fórum até à escola. Cavalitas, macaca, corre e pára; acho que as pessoas os apelidaram de 'malucos', mas muitos aplaudiram-nos, à sua passagem. Na chegada à escola, 'aiaram' os dois e começaram a canar o hino do Agrupamento.
Acho que até eu, que sou um pé de chumbo dancei, e olhei para todos os lados, mas ninguém me viu. Conseguem dar a volta à escola e infelizmente recordar-se de três pessoas que foram muito importantes nas suas formações. A família de Adriana e a professora de Filosofia do 10.ºAno que por estranho que pareça reencontram-na no 1.º ano de faculdade.
Daniel desvendou um segredo, muito bem escondido. Mostrou pela primeira vez na vida o antigo 'gabinete' dele. Nenhum membro do corpo discente sabia que Daniel tinha um gabinete, mas era a partir de lá que ele coordenava todo o tipo de papelada que era preciso. Adriana não ficou com muito boa cara... mas Daniel utilizou o truque para a fazer rir e acabaram por passar um bom bocado ali.
Os manos lembram-se que saia em ambas as faculdades as notas finais do semestre e por estranho que pareça, foram os dois às duas faculdades. Daniel que detestava Artes e Adriana que metia-lhe um pouco impressão ver tanta gente ao molho e muita gente.
Passaram os dois com as notas mais altas e, sem mais nem menos disseram ao mesmo tempo, 'Somos infalíveis'. Cada um fez uma interpretação diferente, dessa expressão e regressaram a casa, no entanto, num ápice, uma colega que passou na rua, que havia sido cumprimentada pelos manos, beija Daniel. Ele fica imóvel e Adriana continua o seu caminho. A todo o custo, Daniel impede aquele contacto físico, mas Susana não deixa. Quando os manos chegam a casa, é de notar a cara de tristeza dos dois.