domingo, 18 de novembro de 2012

Universidade.... Take #2, Ação!

As férias de verão passaram e comecei de novo a minha labuta... Casa-Lisboa-Casa. Apanhava sempre barcos diferentes, autocarros diferentes e os cinco dias da semana nunca eram iguais. Havia sempre algo para fazer de diferente, ou mais um papel, ou mais uma hora de condução, ou mais um sorriso e um beijo.
Como de costume, ouvia sempre que precisava de descansar e bla bla bla, mas pouco ligava e, mais uma vez, as minhas famosas olheiras escuras, fundas e negras voltaram a aparecer - como eu já esperava, mas sentia-me bem.

Após ser aprovado no exame de condução, numa sexta-feira, não podia ficar mais radioso: fui para o Zoo comer e pensar no futuro, nas perspetivas de como é que eu poderia vir a ser um bom condutor, cumprindo a maioria das regras que me foram ensinadas nas aulas: cá fora é tudo diferente; já não temos o instrutor que no último instante pode colocar o pé no travão e impedir um choque ou uma infração - somos nós apenas por nós próprios.

Expectável era o início do novo ano da faculdade e isso iria incluir novos colegas, novas chatices e novos desafios. Eu sempre gostei disto: desafios. A vida para mim sem desafios não é, de forma nenhuma prática. Preciso de me sentir bem, desafiado constantemente (mas não num estado extremo) para que possa reagir e possa pensar e fazer sempre mais e melhor - não, eu não sei parar.... até um dia em que não poderei respirar.

Particularmente passaram as habituais praxes e chega a solene noite de batismo. Sabia de ante-mão que seria padrinho de dois novos alunos - mas não sabia como deveria reagir perante eles: de forma igual, de forma austera e radical, ou numa de "tasse bem meu". Tentei ser eu próprio para ambos, dando indicações para que eles pudessem brilhar de forma mais cintilante e forte do que eu. Fiquei assim de consciência tranquila. Os miúdos eram inteligentes, tinham as indicações, os materiais e eu agora podia mostrar realmente que eu estava do lado deles: que era aluno também!

Aqui há a ter em conta que me liguei muito mais à minha afilhada do que ao meu afilhado. E é precisamente sobre ela (a quem dedico esta pequena grafia em Língua Portueguesa) que vos falo aqui...

Quando a vi pela primeira vez, já como pseudo-afilhada, ela era pequenina, de olhos brilhantes na  noite escura de Lisboa. Pareceu-me ansiosa por entregar a carta que me tinha escrito horas antes.... E eu, sem ela perceber, estava radioso porque alguém que eu mal conhecia tinha-me dado um voto de confiança.

Depois de ela ter levado com água bem colorida por cima da cabeça e partes da coluna vertebral, despedi-me e disse-lhe: "sempre que precisares, vem falar comigo!".

O tempo ia passando e as fases de acesso ao Ensino Superior  mostravam que a minha afilhada não deixava de se candidatar para outro curso da nossa Universidade. Na última, a terceira, fazendo valer o velho ditado "Há terceira é de vez", a pequena senhora conseguiu entrar no tal curso que ela tanto ambicionava. Nessa altura, já ela levava a lição bem estudada e ouvida várias vezes da minha parte: "Meus meninos, eu sou o vosso responsável. Qualquer chatice que fizerem sou eu que vou responder por vocês! Mas, por outro lado, sempre que precisarem de qualquer coisa, e mesmo qualquer coisa, ir às compras, comprar preservativos, pílulas, lingerie, ou apenas companhia podem ligar, mandar mensagem ou mail 24 sobre 24 horas, 7 dias por semana, 365(6) dias por ano!".

Semana após semana apercebi-me que a minha própria afilhada trazia um grande desafio para mim: uma amizade tão bela e cuidada, uma confiança tão grande e aberta, um valor inexplicável: eu senti-me padrinho, amigo e colega! Tudo ao mesmo tempo.... 

Se eu não gostasse dela já o caso era outro, mas como eu não digo não a nenhum desafio, não deito fora nenhuma amizade sem motivos válidos e ainda não tinha descobrido a razão pela qual ela tinha entrado na minha vida, fui-me tentando aproximar aos poucos - fazendo sentir em mim o que já havia sentido antes, uns anos atrás quando entrei numa escola nova em que pouca gente conhecia.

Fui-me apercebendo que eu e ela tínhamos imenso em comum... E pensei, isto vai correr mal (em tom de gozo)... Mas não correu, nem corre. As amizades devem ser estanques e o facto que impera numa é a confiança, a racionalidade e sentimentalidade doseadas e aqui havia isso!

Até hoje, semanas passadas, por muito que eu queria por um dia que seja dizer: "Não, não vou chatear a minha afilhada amiga"... Dou por mim mais tarde a mandar-lhe mensagem ou a meter conversa com ela nas redes sociais! Que chato que eu sou.... Enfim.... Mistérios da vida a razão pela qual sentimos esta necessidade de contacto... Se calhar por proteção das relações não sei....

Mas uma coisa eu tenho certa... se não fosse ela, as minhas últimas semanas não tinham sido bem dispostas, porque uma pequena, madura e robusta senhora fez-me pensar e voltar a abrir as portas para o que é a amizade e a valentia das relações interpessoais, simplesmente.... sentir e depois pensar! E sim.... os padrinhos devem dar beijinhos na testa aos afilhados - se não, quem cuidava deles?!

sábado, 15 de setembro de 2012

O tempo e os relógios...

No meio das minhas forças e dos meus alívios, tirei o meu relógio azul com zonas verdes do meu pulso esquerdo. E fiquei a olhar para ele, um, dois, três minutos. O ponteiro verdinho, o maior deles todos, ia passando e ia fazendo o seu barulho habitual, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac... E eu pensei..... Sim, o som do tempo é entristecedor e irritante.

De repente coloco o meu amigo relógio no chão e olho ao meu redor.... um outro relógio marcava exatamente a mesma hora e os mesmos minutos do que o meu relógio de pulso. Este outro, um relógio azul, com algum cinzento à volta chamou-me particularmente à atenção... O seu ponteiro dos segundos era vermelho e nunca o vi andar para trás. E o meu olhar começou-se a desviar para a direita, onde encontrei o meu pincel da barba, o meu perfume, o meu vaso de flores e o meu sabonete líquido e eles fizeram-me lembrar das horas de hoje de manhã, do momento em que o pincel da barba estava sujo de espuma, o meu frasco de perfume estava intacto, o meu vaso de flores não estava em casa e ainda o meu sabonete líquido estava completo. Enfim, a lembrar-me do passado, mas em tempos diferentes....

E se os relógios andassem para trás? Em vez de contarem o tempo da esquerda para a direita, se o fizessem da direita para a esquerda.... Faz-me isto lembrar de uma parte do filme de "O Estranho Caso de Benjamin Button", o ser humano que nasceu idoso e morreu bebé... Onde alguém conceituado tinha construído um relógio que contava o tempo para a esquerda e não para a direita, dando a ilusão de que o tempo poderia vir a voltar para trás... Enfim, mas será que o tempo poderia voltar para trás? Como seria se nós nos víssemos a fazer algo que já tínhamos feito? 

Ali, naquele espaço, onde a luz artificial irradiava toda a divisão, levei a minha mente ao passado. Baixei a cabeça, fechei os meus olhos e comecei a regredir... Comecei a olhar para o meu passado, para as minhas memórias, para as minhas recordações... E aí, de olhos fechados e com a respiração mais pesada, senti-me integrado noutro mundo, noutro lugar, todo ele diferente do que é atualmente a minha cidade, o meu planeta, a minha vida. Não vi nenhum castelo.... Vi um rio. Um mar, uma praia. Vi o horizonte, vi o limiar do poder humano. Senti que estava a descarregar as minhas energias. Respirei fundo e abri os olhos, até que senti algo que me fez balancear o corpo, para a frente e para trás, para trás e para frente, cada vez com mais velocidade, fazendo com que pensasse que o tempo tinha voltado para trás, numa tentativa de me poder redimir de ações e de poder prevenir outras. E a minha respiração continuava ofegante. Não conseguia ver o tempo a passar, já não tinha visão para isso. Estava já repleto mais uma vez de memórias, de sentimentos antigos que se perpetuaram até à realidade e um último muito importante... quando parei lembrei-me que eu adorava datas e não me esquecia de nenhuma. Agora já não sou assim. A minha existência humana fez com que eu mudasse, me transformasse, me habituasse a viver num novo ambiente, numa nova fase da minha vida.

Com todo o passado a encher a minha cabeça, fechei mais uma vez os olhos e recordo gritos, recordo dor, recordo que não há silêncio. Recordo tristeza, recordo sangue, recordo facas, recordo canivetes, recordo o sentimento da morte. Recordo o meu choro. Recordo a minha sensação de perda. Recordo com o meu medo. O meu medo. O meu medo. O meu medo. 

Recordo o meu medo particularmente porque ele fez com que eu mudasse de rumo. Fez com que eu vivesse muito mais preocupado agora do que no passado, ensinou-me que não podia ser assim como eu vivia que poderia crescer e tornar-me Homem, sim homem com H grande, com ferros na base! Enrosco-me sobre mim próprio e penso.... para que serve o passado se nos faz sentir mal? Para que serve estarmos tristes, se apenas isso nos vai fazer estar mais tristes quando nos lembramos que já estivemos tristes. E de repente sinto uma chapada de alguém na cara.... Uma, duas, três vezes.... Uma, duas, três vezes... E fico no chão, de repente inconsciente. Ao acordar, horas depois não me recordo de nada, nem do tempo, porque deixei de agarrar-me a ele para viver, deixei de ter necessidade de o fazer, porque quero viver o meu dia a dia como posso. Quero fazer tudo! Quero poder crescer mais e mais e mais hoje. Para mim o dia não tem vinte e quatro horas. O dia tem a duração da minha vida, dos meus afazeres, dos meus beijos, dos meus abraços, dos meus sentimentos..... Dos meus sorrisos, dos meus desejos, das minhas pretensões, ou seja, de mim... fazendo tudo girar à minha volta. E então pergunto, para quê relógios? Para quê o tempo? Para quê a vida?

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O tempo que passa...

Há uns anos, que belas memórias me trazem esses tempos, tentava eu publicar aqui, neste espaço que muitos chamam de blogosesfera, todos os dias um texto. Por vezes uns maiores, outros mais pequenos, uns com mais emoção, outros mais sérios.... E ainda não tínhamos a moda do Facebook.

Enfim.... desde essa altura, tinha eu a tenra idade dos 15 anos, muito mudou... Surgiu a nova rede social tão traduzida como "Livro das Caras", os Tumblr e ainda o Google+. O que é certo é que uns foram mais frutíferos que outros. Passado uns anos, curtinhos, rapidinhos, mas passados, com mais escola em cima e não apenas a académica atenção.... Cheguei ao ponto de estar metido numa grande embrulhada.... Já estar num curso do Ensino Superior e dia após dia, mês após mês, ouvir, constantemente algo deste género: "Médico por acidente, transportes por vocação". Antes de mais é importante esclarecer que não estou no curso de Medicina.... Mas sim numa Licenciatura de Saúde, importante como base para qualquer experiência futura nesta área. E aqui, não posso deixar de nenhuma forma de salientar o meu enorme gosto e dedicação aos transportes..... Plano daqui, carreira dacolá, preço dacoloutro.... E o facto é que tenho tentado tentear (e vão lá três t's) este nivelamento que é complicado e por vezes descamba.

Ora.... Se desde 2009 tenho a influência de Saturno na minha vida, penso que a partir do próximo mês de outubro vou ficar estonteantemente passado, porque ao que parece vou ter ainda de trabalhar mais para alcançar os meus objetivos. Desde esse ano fui.... Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação de Estudantes da minha secundária dois anos e no 12.º ano candidatei-me a Presidente da Direção, representei os alunos do Secundário no Conselho Geral do meu Agrupamento e fui dois anos delegado de turma.... Pensei eu que quando chegava à Faculdade, ou melhor, ao Ensino Superior, tudo iria mudar.... Eu não passaria apenas de um número como a maioria dos alunos são, mas felizmente não sucedeu tal coisa.

Pergunto-me agora que já passei pelo meu primeiro ano da faculdade, se tal coisa é boa.... Sinceramente não sei. O meu espírito autocrítico e além do mais..... de vontade de fazer mudar o Mundo, muitas das vezes sozinho, não se avizinhou (mais uma vez) muito brilhante. Já uma doutorada dizia.... "Quem nada faz é brilhante e quem mexe e remexe leva com elas em cima".... É tal expressão é um facto. Cada dia que passa vejo-me cada vez mais limitado na minha ação, nos meus direitos, nos meus deveres. Eu já não consigo ser um simples cidadão da República Portuguesa! Eu preciso de fazer mais isto e mais aquilo para me poder sentir bem. Eu preciso de ter responsabilidades, eu preciso de fazer sentir aos outros que há alguém em que podem confiar, eu preciso de ser.... como uma atriz conceituada norte-americana disse num episódio brilhante de "Anatomia de Grey".... eu estou habituado a ser o número 1, não o número 2. E de facto, é isso que se passa comigo. Eu precisei sempre de ser o número 1 para pensar nisto e naquilo, sempre precisei de ter os gostos mais diferentes do habitual e do normal para poder extravasar as minhas energias e a minha vontade de viver. Eu passei por um Ensino Secundário complicado.... Toda a gente via isso... E eu digo.... Passar pelo que eu passei (e acredito que haja pior), não desejo a ninguém. Não prometo a ninguém. Não, mesmo a ninguém faço as coisas que me fizeram. Mas eu tive certa parte da culpa! Sim.... porque eu deixei e assumo isso. E como tal, lutei para ultrapassar tal situação e após isso, voltei-me para o céu e colhi a Lua, colhi as estrelas, consegui viver.

Cada dia que passa vejo uma faca a entranhar-se cada vez mais na minha dorsal, cada vez mais ao fundo, cada vez mais sangue a sair. Numa vida democrática, porque é que não há uma cena mais correta? É claro, pim pim pum pum, pão pão queijo queijo, preto no branco, como inúmeros ditados portugueses assinalam. Mas porque as pessoas não veem que não é assim, não pode ser assim, não deve ser assim? Não leem as Leis? Não sabem interpretar Regulamentos? Não leem as cartas que são enviadas? Não conhecem a Constituição da República Portuguesa? São domínios tão básicos que eu aprendi tão novo.... E não estou em Direito.... Eu estudo SAÚDE!

E mais uma vez tenho uma poça de sangue no chão, como que a minha alma estivesse a levitar sobre mim, como que tivesse voltado a ter o Tico e o Teco, um de cada lado, mais uma vez como antigamente. Eu esforço-me tanto, tenho isto e aquilo e acoloutro no meu CV para quê? Para as pessoas não perceberem como são as coisas? Para não valorizarem a minha maneira de ser e de fazer as coisas! De forma simples.... Eu quando falo, tento sempre que posso basear-me nas regras..... E quem não segue as regras nestes casos, como consegue perceber que algo não é assim, porque não estamos assados, mas sim cozidos!?

São olhos claros! Olhos claros. É só ler. Ler e interpretar. Folhear livros ou passar a mão no rato e ler. Como é possível? 

Sinto-me cada vez mais só, sem vontade de projetos. Porque cada vez que eu tenho energia e novas ideias, parece que sangro muito mais. Parece que deixo de saber o que fazer. Parece que me vejo de volta ao meu Secundário, ao meu castelo, a ter necessidade de construir tijolo para não deixar ninguém entrar. Como uma música diz, traduzindo-a... "Eu sou de titânio".... Mas quem me dera poder ser apenas de carne e osso, sem proteções, sem necessidade de ser como sou para enfrentar a nua e a crua realidade. Por favor, abram os olhos e vejam o que está certo. Por favor, lembrem-se do que eu digo.... Pode ser que algum dia me deem razão. Um abraço!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O dedicado instrutor de condução

Parecendo que não, a maioria da população portuguesa tem como objetivo aos 18 ano tirar a carta de condução. Algo que é dito sempre de forma incompleta, porque, ou por não saberem, ou por se quererem despachar, não fonetizam que pretendem obter um título de condução válido para veículos ligeiros, podendo estes ter reboque até ser atingida determinadas condições e além do mais poderem vir a utilizar motociclos específicos.... Ora mais uma vez isto se resume a se dizer que se pretende ter um título de condução para a categoria B.

Muitos antes de terem completado os 18 vão, ou por obrigação, ou por vontade própria inscrever-se numa Escola de Condução para ter então o tal título de condução desejado. Enquanto uns tentam fazê-lo aos 18, outros tentam mais tarde, ou por terem adversidades na vida, ou então, por simplesmente não terem interesse por tal.

Lembro-me particularmente da minha inscrição na minha escola de condução (é um facto.... acaba-se sempre por dizer a minha escola de condução, o meu instrutor.... e veja-se bem.... o meu carro: para muitos, o primeiro!)... Era inverno, mas desta vez, naquele dia estava Sol; já se avistava o Natal e com ele os atrasos inerentes à época natalícia, as pessoas ficam mais preguiçosas porque os dias são pequeníssimos e além disso, dois feriados em dezembro tiram dois dias úteis de trabalho!

O facto é que o presságio da época natalícia confirmou-se, porque tive mais do tempo normal à espera da minha licença de condução. Quando ma entregaram, um papel azul dobrado em três, com sulcos e picotados, com um símbolo que refletia à luz eu estava mais do que maravilhado. E o meu objetivo era não a dobrar, vincar ou simplesmente estragá-la. (Algo difícil pelo que vejo atualmente, mas enfim....).

Quando a recebi, fui rapidamente assinar as aulas que podia e percebi ao longo das lições de código que este não era tal e qual como eu pensava: ou a linha contínua proibia (mas não proíbe) a ultrapassagem ou existiam faixas (mas afinal são vias) ou ainda mais parva... os veículos de dois lugares, os vulgos comerciais, não são veículos ligeiros de passageiros! Mas sim veículos ligeiros de mercadorias... Enfim, foram aulas divertidas que me fizeram lembrar o tempo da minha Educação Primária, o meu 2.º Ciclo, ou então melhor... Os meus professores com mais idade que apenas perguntavam o que estava nas imagens do livro.

Da teoria para a prática, passei por seis aulas de simulador e cheguei à nua e à crua realidade! As aulas práticas para poder ir a exame de código... Como sempre faço antes das aulas práticas, fico na paragem do autocarro, vendo-os passar, percebendo a mecânica da complexa rede de transportes de Lisboa. Eis senão quando chega ao minuto certo da hora da minha aula e dirijo-me aos instrutores, cumprimento-os e sigo com o Caro João para o "nosso" veículo ligeiro. 

Das aulas antes do exame de código pouco me recordo, apenas de, na segunda aula, perceber que estava muito à direita e não estar minimamente em condições de circular na estrada, no preciso momento em que são colocados os quatro piscas e me é dito: "Vamos lá ver, porque assim não podemos estar na estrada!".

Feito o meu exame de código, sigo de forma rápida para as restantes de condução..... Com umas trocas pelo meio, os sessenta minutos dedicados ao carro e a mim passaram-se dentro da normalidade, com a exceção de buracos, ter passado um sinal vermelho e ter percebido a partir de determinada altura que não teria muitas instruções, uma vez que já estava preparado para fazer algo sem indicações prévias. Aqui tenho de confessar que nunca gostei de estacionar o veículo... Sempre me deu aquele friozinho no estômago e a ideia de "Eu não sou capaz!".

Após as 32 aulas legalmente obrigatórias marco o meu exame de condução..... aquele bicho papão para muitos candidatos a condutores. Dada a longa distância entre a data da minha última aula e o exame que estava marcado acabei por ter mais cinco aulas para tentar aperfeiçoar os meus conhecimentos. O que é certo é que nestas últimas aulas (entre junho e julho), estava a decorrer a época de exames da faculdade e eu estava completamente desanimado, sem forças para estudar... Aqui é que mais uma vez o papel do meu instrutor de condução foi importante: muitos pensam que não, mas os instrutores, quando têm uma boa relação com os instruendos, acabam por fazer de forma imponente parte da vida destes últimos... Foram as conversas que me fizeram reavivar o espírito académico e ter vontade de estudo! E com a ajuda do meu instrutor consegui ter bons resultados!

Já indo longe os exames chegou a data da verdade: O dia do exame de condução.... altura em que respondi torto a este e quando me apercebi fiquei estapafúrdio! Do tal momento da verdade as recordações ainda cá estão e lembro bem delas nas noites que não consigo dormir com insónias. Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ouviu-se no carro e na minha cabeça pensou-se....... "Oh não.... isto não!".

O que é certo é que há de passar em frente e pensar no futuro. Em jeito de conclusão, devo de forma imponente um valente Agradecimento ao meu Instrutor, o Excelentíssimo João! Mas também devo-lhe um pedido de desculpas, por não ter correspondido às expetativas de forma clara..... Ora bem, e o futuro? Como será? Esperemos que seja bom! UM OBRIGADO!

sábado, 21 de julho de 2012

20 de julho, dia dos Amigos

Estou na Pedra dos Corvos, local de pensamento para os pequenos humanos que passam férias por aqui. E eu não sou exceção! Vim para este belo lugar pensar e falar de inúmeros assuntos mais resguardados.
Neste pequeno sítio, a escuridão da noite abre-nos o coração, ao invés do que acontece precisamente durante o dia, onde o espírito de aventura nos faz até pensar saltar das rochas para o rio, quando este está cheio, com pouca corrente para a direita, em direção à pacata e pequena vila, que se honra por ser a mais a norte do enorme distrito de Faro.
Foi neste local tão mítico que acabei por, ao olhar para o céu estrelado, me aperceber das minhas glórias e dos meus erros, das minhas alegrias e das minhas tristezas. E assim pensei que durante todo o meu Ensino Secundário criei na minha cabeça uma obecessão por uma colega minha. Daí as minhas irritações e chatices, o meu ar de controlador e de possessividade. Naquela altura sabia o que queria fazer, o que lhe queria dar, e além disso, o quando e o onde. Mas, como se veio a provar tudo era da minha cabeça e eu é que, tive de me reeducar e ultrapassar a barreira daquele sentimento ao qual eu estava preso.
Para isso devo-lhe um obrigado, se não fosse o afastamento dela, quem sabe, ainda agora andava "todo maluquinho". E dia 20 de julho, porque é o dia dos amigos. E sem dúvida que ela é minha amiga. UM GRANDE OBRIGADO!
Pergunto-me agora como terá passado ela e os meus colegas do secundário sem mim neste ano. Penso que bem, mas assumo que alguns deixaram saudades.
Nesse dia em que a amizade é comemorada, penso que os trilhos do passado acabam por se cruzar com as linhas tortas do presente, valendo a pena assim, o recordar, o lembrar, o sorrir e o entristecer pelo que.passámos, acompanhados com amigos que nos mostraram como devíamos seguir a nossa vida.

A Praxe.....Coisa de nada ou introdução à vida Adulta?! Melhor..... Um equilíbrio!

Estava eu a terminar o meu primeiro ano da Faculdade, quando a minha prezada Comissão de Praxe propôs aos alunos do aclamados 1.º ano escrever uma carta para estes serem ilibados das acusações proferidas no Tribunal de Praxe, mítico para o nosso curso, onde todos os anos, ao que parece, vai parar uma cabeça de um santo e pobre suíno dentro do Lago do Campo Grande, isto é, segundo histórias que se contam, pois não estive presente na penúltima dita cerimónia enquanto caloiro da minha licenciatura.

Não pude lá estar naquela 5.ª feira à noite, mas também não podia deixar de cumprir o meu dever, ou seja, escrever a mítica carta que, ao que parece muitos "caloiros" têm de redigir.

Numa noite fria e chuvosa de abril, pesquisei e grafei o seguinte:


"A praxe nasceu antes do século XVIII, em Coimbra. Tem sido ao longo dos tempos alvo de recuos e avanços; inclusive, nos últimos anos da década de 2000 levaram a que o Exmo. Sr. Ministro do Ensino Superior, Tecnologia e Ciência viesse abordar as instituições de Ensino Superior, tentando mais uma vez que estas fossem abolidas.
Pensando no sentido histórico da palavra praxe, esta deriva do grego prãxis significando ação e ainda, noutra variante do latim, como prefixo, praxe-, que simboliza prática. Assim, pode-se concluir que a praxe nas suas origens linguísticas está de acordo com os princípios dos inúmeros Regulamentos de Praxe existentes no nosso país: ações de integração, criação de hábitos, rotinas, amizades, etc.
Como já é dito por inúmeros provérbios populares, do qual se destaca um: “A mente de um sábio não é perturbada pela honra ou pelo abuso”, os trajados, praxantes de direito, são considerados sábios, ao contrário dos caloiros que, por ser novos, baixos, sem conhecimento, fracos, por nada sentem-se abusados, o que faz com que, existam dois desfechos: ou crescem e fazem uma seleção do bom e do mau, com a ajuda das praxes ou então, tentam evitá-las sempre que possível, uma vez que se começaram a desenvolver o intelecto noutras direções.
Tudo isto já se passava no tempo de El-Rei D. João V que comenta as praxes da seguinte forma: “Hey por bem e mando que todo e qualquer estudante que por obra ou palavra ofender a outro com o pretexto de novato, ainda que seja levemente, lhe sejam riscados os cursos”. Será que é válido este ponto de vista? Ou os tempos mudaram? Há que ligar as duas questões para se obter a resposta, isto é, a praxe é saudável e integra, quando não existem obras de caráter menos benévolos em primeiro lugar.
Colocando um pouco de parte a parte histórica da praxe, focando assim a relação destas com a minha pessoa na Licenciatura em Ciências da Saúde, levaram a que ocorresse um crescimento mental em mim, o que me cabe agradecer à minha madrinha e a todas as outras pseudo-madrinhas que me têm vindo a acarinhar ao longo do ano que passou. Quanto à minha presença física e participação nas tradicionais atividades, de todos os acontecimentos, reconheço que a minha presença poderia/deveria ter sido maior, no entanto, valores mais altos se impuseram, como trabalhos de voluntariado e problemas familiares que tenho tido ao longo deste ano letivo, ou ainda coincidência das atividades de praxe com períodos letivos.
De todas as acusações possíveis, tenho consciência que deverão ter fundamento e são válidas, mas, tendo direito a defesa, cabe-me dizer que se me fosse possível ter apresentado mais aos momentos de praxe, tê-lo-ia feito, que como já referi anteriormente, a praxe deu-me ensinamentos e fez-me crescer em muitos níveis, no entanto, por muito que quisesse não consigo coloca-la acima da família e de outras organizações institucionais onde detenho algumas responsabilidades.
Terminando, há ainda a considerar a possibilidade ou não do reconhecimento pela Prezada Comissão de Praxe pelo marcante e relevante Traje Académico. Neste ponto, considero que sou das pessoas que mais honra o curso onde está, não só pelo trabalho que desenvolve com os colegas e docentes, mas também pelo espírito de mínima liderança que consigo criar, já assumido pelo Excelentíssimo Dux desde o início do ano letivo que agora termina. Dessa forma, balançando a presença nas praxes, com as impossibilidades que me fizeram não estar presente e com tudo o que está descrito anteriormente na presente carta, se me é permitido, peço à Comissão que me seja reconhecido o uso de Traje Académico.

Sem mais de momento, apresento os meus melhores cumprimentos, também pessoais"

E bem, o facto é que no dia seguinte foi o nosso enterro e eu lá estive, brincando com água salgada proveniente o poluído Rio Tejo, onde este se conflui com o tom azulado com o Oceano Atlântico, mas não posso deixar de dizer que foi uma honra ter sido "enterrado" pela entidade suprema da Praxe da minha Licenciatura, o DUX, e além do mais ter tido duas viagens de comboio por uma linha onde eu nunca tinha andado, mas sempre ambicionei, a Linha de Cascais. E agora, como será o próximo ano letivo?

domingo, 1 de janeiro de 2012

Mini-frase #7

Sinto saudade do calor e do frio que rapidamente mudava o meu humor. Sinto saudade de sorrir por nada e por tudo. Sinto saudade da minha capacidade única de perceber o que sentir.....

Desabafo #7

Oh Gente do meu País!!!!! Porque é que eu tenho a mania de me ligar demasiado às pessoas?! Damn it!

Ano Novo, Nova Tarefa Cumprida...

Chegamos a 2012!

Para muitos apelidado o ano da verdade! E de facto, faz sentido que assim o que seja. No entanto, sendo um pouco mais crítico, pergunto se todos os anos não são anos da verdade? Acabam por ser, porque não conseguimos saber no primeiro dia do ano o que irá acontecer nos restantes 365 dias (ou 366, como é o caso deste).

Apesar de para mim este ano ter tido um início na cama, adoentado por causa do meu querido amigo fast-food, e tendo em conta que para mim todas as pessoas passam e "penetram" na minha vida por algum motivo, com gosto partilho que já neste primeiro dia do ano consegui cumprir mais um objetivo meu!

Quem me conhece minimamente sabe que acabo sempre por fazer algo às pessoas que se relacionam comigo... E hoje consegui dar um "abre-olhos"! Agora sim, faz sentido a inclusão de tal pessoa na vida da minha pessoa.

Keep smiling, my dear friend!

No entanto tenho outro objetivo para cumprir: Há alguém na minha vida que ainda não consegui perceber qual é o objetivo de tal presença... Espero bem descobrir e poder ajudar essa pessoa.


É um post curtinho, mas cheio de contentia para o Dupé! Bom 2012 para todos :)