segunda-feira, 27 de abril de 2015

Tu

Duas letras, uma palavra, uma palavra que para mim tem história.

Durante três anos da minha vida senti-me muitas vezes sem ar, sem força de querer fazer mais, de estar com alguém porque sim.
E de repente, caíste-me tu. Do nada, numa 5.ª feira, na tua cidade, e viste-me, logo na primeira vez, a fazer uma das coisas que mais gosto de fazer na vida: uma apresentação para o público.

Se não sabes ainda, quem fez com que eu ficasse desperto para ti foi a pessoa que conhecemos em comum. Sim, ela mesmo. A mesma pessoa que quase durante três anos me deixou sem ar e sem querer fazer mais nada pela relação que tinha com ela.

Mas não foi por isso que te pedi ajuda. Pedi-ta, porque não te conhecia e sempre acreditei que quem estivesse de fora podia até ajudar alguma coisa. Foi o que aconteceu.

As tuas palavras naquele frio mês de dezembro deixaram com vontade de pôr fim à relação que tinha. Mas não foi preciso, porque a nossa amiga o fez por mim. Mas eu não to disse logo. Só mais tarde...

Aos poucos aproximamo-nos e apercebi-me que precisavas de ajuda. Nunca te a neguei. Sempre estive ao teu lado naqueles momentos em que estavas com dúvidas, com a cabeça na lua, nas alturas em que dizias que estavas quase a chorar.

Nunca te tinha visto ao vivo, mas sabia que não queria que passasses mais por algo parecido ao que eu passei. Era como amigo que dizia isto.

E pensei que surgi na tua vida somente para que te apercebesses disso, que precisavas de dar um passo em frente, que precisavas de te libertar do que é hoje (penso eu) o teu passado.

O ano passou e eu quase só contava os dias para nos vermos. Sim, eu queria conhecer-te! Sim, como amiga! Porque já me tinhas deixado inúmeras vezes sem jeito e dias com vontade de estar ao teu lado, somente para te ver e não deixar que ficasses mais triste.

Entrei pela primeira vez na Ryanair para ir ter contigo. Era tudo novo para mim. O aeroporto, a ida sozinho para tal local, era tudo novo. E naquele dia chovia. Lembro-me quer da tua roupa, quer da minha. Lembro-me de quando te vi a minha calma foi transformada num arrebatador nervosismo. Até que nos abraçámos. E sim, viemos no mesmo metro. 

A partir daí seguiram-se semanas e semanas em que nos vimos e que nos aproximámos mais e mais. Aí, fiquei confuso, admito. Porque fizeste coisas comigo, tão, mas tão fofas, que eu não tinha feito com mais ninguém. Tu sabes quais foram. Nada de mais para o comum da sociedade, mas para mim, sim, foram dos dias mais importantes da minha vida e das ações que mais me fizeram bem.

Somente porque nunca adormeci com ninguém por perto, de dia, sem ser contigo. E isso, sim, é importante. 

Ninguém gostou das minhas histórias como tu dizias que gostavas. Ninguém, até agora, fazia a voz fofa que tu fazias quando nós estávamos juntos, nos nossos pedaços de jardim da tua cidade onde quase ninguém passava.

Ofereci-te livros, fitas, sementes e tantas outras coisas. Somente porque era tudo tão diferente o que sentia que tinha de fazer algo.

Sei que provavelmente foi isso misturado com a minha alta voz e o meu desarranjo intestinal que marcou a direção da nossa amizade (que foi twínica e que foi melhor amizade - será que o é ainda?).

O passado passou, os textos estão escritos e somente sei o que sinto agora. Sinto o vazio de ter feito mal e nada poder fazer para remediar. 

Gostava, um dia, de te dizer, realmente o que me motivou a aproximar-me de ti, os motivos de eu não ter parado, os motivos de eu ter gritado, os motivos dos textos, os motivos de eu estar assim agora.

Não só, mas somente, gostava de os dizer para, quem sabe fechar um ciclo e abrir outro, ou então podermos perceber se faz sentido o beijo no canto da boca que demos um dia. Ou então se faz sentido aquilo que disseste e o que me espantou (negativamente) em ti é real ou não?

Mas sei que não lerás este texto. Gostava de poder estar tranquilo e calmo agora. Mas não consigo. Não estou feliz. Faltas-me tu, a tua amizade, a nossa amizade. As tuas palavras fofas que eram fofinhas. 

Não quero que entendas isto como uma segunda oportunidade, porque não o é. É somente pararmos os dois e percebermos que se isto (isto) aconteceu entre nós e ambos tivemos as atitudes que tivemos por algum motivo é.

Estou disposto a sair de casa. A trocar a minha cidade pela tua. Será que é um erro? Não sei. Mas é o que me vai na alma. E tu, e tu, naquela noite que me estonteou fechaste mais uma porta que eu não esperava.

Sei que tiveste os teus motivos e eu não os quero contradizer. Mas gostava que soubesses que o meu coração e o meu cérebro sentiram-se perdidos. Fiz-me de forte para te responder, porque assim o sou. Fiquei com as tuas palavras de desculpa na cabeça que aqui estão e com algo para resolver. Vejamos o que se pode fazer. 

Mas por favor, fala comigo. Sê realmente quem tu és. E prova-me que nós não aparecemos na vida um do outro somente para nos ajudarmos no fim das nossas anteriores relações. Não creio tal coisa. Não quero tal coisa.

Quero poder ver mais vezes o teu sorriso e ouvir a tua voz fofa, porque isso, acalma o meu intelecto e permite-me entrar no mundo dos sonhos...

domingo, 26 de abril de 2015

Afinal, abrem-se os horizontes...

Republicação

A vida continua a correr, os dias não param, a rotação da Terra, o nosso planeta verde, segue o seu ritmo natural, trancando aos humanos a vivência do passado.

E eu, supersticioso ao máximo, acho que se conheci as pessoas que conheci, alguma razão existiu e durante o espaço de tempo que as pessoas se relacionam a um nível firme e elevado mudam-se umas às outras e acabam por ter um papel importante na vida da pessoa em causa. Ou por bons ou por maus motivos, existe sempre alguma razão para que a importância fique gravada cá dentro e que seja difícil esquecer.

E de facto, quanto mais é ligação à outra pessoa, maiores são as recordações que ficam. Mas tudo tem um termo. Com tudo isto digo que, quem se relacionou comigo, leva de mim duas impressões: uma boa, de amigo altruísta e filantrópico, uma má, de mandão e controlador. Como são extremos e associando isso à minha difícil personalidade digo com quase toda a certeza que as pessoas aprendem bastante ao relacionarem-se comigo. E ficam de caminhos abertos para o futuro se se aperceberem para uma maior vivência no futuro, quando eu já não puder intervir com a pessoa em si.

Desta feita, o primeiro contacto comigo é difícil, ou me detestam ou até engraçam comigo. Depois, caso me detestem à primeira vista, dificilmente se alterará essa ideia, caso contrário, e no primeiro contacto as pessoas até percebam que não sou igual às outras pessoas, acabam por ter outro obstáculo à frente a minha dura personalidade se se quiserem aproximar, daí, quem gosta de mim, passar-me-á a detestar quando me vai conhecendo mais a fundo.

Até agora nada de novo, mas acrescento uma parte à frase que comecei no parágrafo anterior: "Além do mais, as memórias deixam caminhos abertos para a vida", porque ao ser diferente dos outros, há sempre ideias novas que fazem as pessoas perceber como devem lidar comigo.

Assim, Quando as pessoas me conhecem ou engraçam comigo ou me detestam. Depois, quanto mais me vão conhecendo, mais me vão detestando e afastando. No entanto, quem se ligou a mim fica com os caminhos abertos para a vida porque as memórias ficam retidas dentro de si.

E eu, após tudo isto, acabo por ficar com saudades do passado, mas não posso revive-lo. Acabam por ser saudades inacessíveis.

PS: Quando sinto falta das pessoas não consigo dizer-lhes. É como que tivesse vergonha.

sábado, 25 de abril de 2015

No dia dos cravos...

Hoje, como todos os outros dias, levantei-me... Hoje, como todos os outros dias desde a passada semana sabia que não teria nada teu no meu telemóvel.

Mas é a ti que te escrevo. Se me permites, mais esta vez. Agora quero-te escrever sobre qualquer coisa.

Sabes, hoje acordei com mais duas amigas minhas com problemas relacionais. Fiz exatamente o que fiz contigo. Propus-lhes o exame de consciência, falei-lhes da minha experiência de vida na área e elas, tal como tu, agradeceram as palavras.

Hoje o dia é o dia que me faz perguntar se a profissão que escolhi faz sentido. Porque tal como tu dizias, se calhar eu até dava um bom psicólogo (e, como sabes, sempre refutei tal coisa). Dias mais tarde disseste "Os melhores amigos são psicólogos sem canudo!" e eu, a partir dessa altura, passei a guardar com gosto essa frase no meu intelecto.

Estou prestes a tomar uma decisão importante na minha vida. Gostava tanto que tu pudesses dar a tua opinião acerca dela. Mas não quero incomodar-te. Nem sei como poderia introduzir o tema. Os dias vão passando e sei que tenho de decidir a minha vida.

Provavelmente decidirei com a mão não só no crânio, mas também no coração. Porque me lembro do que disseste há uns meses quando, ao de leve, abordei este assunto contigo. Disseste para ir para perto de ti. Rapidamente concluímos que a decisão não poderia ser por esse motivo somente, mas também conta.

Conta porque me sinto bem quando estou contigo. E é isso que acontece com os melhores amigos. Espero eu... Há alturas em que penso: porquê tu? E acabo a pensar que não importa fazer essa pergunta, mas sim, poder aproveitar o tempo possível contigo. Nem que seja a quilómetros de distância. Mas claro, com todo o espaço necessário.

Mas agora sei o valor que tu tens. Porque o que eu sentia quando te estava a ajudar não é igual àquilo que eu sinto agora quando me pedem ajuda. Somente, digo eu, porque encontrei a minha twin. Amarelada como eu e tudo!

É por isso que estou tanto na Internet. Porque quero estar disponível para o que for preciso. Mas à noite, sempre guardo um bocadinho para ti, como sabes. Adorei as conversas que tivemos. Chego ao ponto de andar para trás no telemóvel e procurá-las.

Espero não estar a fazer disparates. No fundo, no dia dos cravos, um dia que marcou o nosso país, gostava de poder dar simbolismo a tal flor, tão, mas tão diferente das que eu estou habituado a ver.
Porque o vermelho nos cravos pouco ou nada quer dizer. Há tantas outras cores mais belas.

Termino, dizendo que as minhas memórias contigo estão cá. Estão cá porque eu não me quero desfazer delas, mas pelo contrário, quero intensificá-las...

A vertigem

Hoje... hoje só posso achar que tenho vertigens. E sabes, taõ bem como eu, que de seguida a eu dizer isto ia investigar os códigos da ICD-9, ver os seus custos e não pararia até descobrir como é que a menor custo poderia tratá-las.

Tenho vertigens, porque como tu dizes, sou louco. Sim, sou louco! Porque louco também significa extraordinário. Porque nunca na vida eu saí do meu espaço de conforto e voei até longe. Longe como tu dizes. Longe que é tão perto. Mas que eu percebo. Porque eu já o disse tanta vez... Apesar de ser longe, sinto-te por perto.

E sou louco. Volto a dizê-lo porque se não o fosse não teria corrido horas a fio hortos à procura de uma espécie única, nunca teria estado a voar semanas sem fim para te ver, nunca teria dito para escrevermos um artigo em conjunto. Tudo isto, porque o que importa para mim não é a loucura. Mas sim, o teu sorriso.

Porque como te disse um dia, um sorriso é tão mais complexo do que falar. E agora acrescento, um sorriso é tão mais complexo como dizer sim, porque aqueles teus sorrisos eram verdadeiros.

Ouvi-te várias vezes com a tua voz doce e fofa a perguntar se eu estava bem, com frio. E eu... e eu sentia que tu estavas bem, porque estavas com uma voz diferente, muito mais sentida, muito mais entregue. E ao ouvir-te, cheguei a adormecer no teu tórax por vezes ou então no teu ombro. E lembro-me das festinhas que te fazia quando tu passavas pelas brasas no meu colo.

Nunca te disse, mas foste a primeira pessoa que se sentou nas minhas pernas sem receios. E eu, aproveitei aquele momento, naquele jardim magnífico.

Passámos em tão pouco tempo, tanto, mas tanto juntos. Sei... sei que a culpa foi minha. E sei, sei o que aconteceu, ou pelo menos penso.

Ontem. No dia de ontem dei voltas e voltas à Baixa para passar onde nós passámos, para tentar reviver aquelas memórias que tenho e que não as quero largar. Quando estava sentado à espera do metro, apenas me lembrava da flor que caiu ao chão. Do momento em que eu ta dei e da cara que tu fizeste.

Para quê? Para que as memórias não voem. Porquê? Porque eu sinto que és especial para mim. Porque as minhas palavras naquela manhã de domingo em que te disse que também tinha pensado que não fazia sentido falarmos muito eram erradas. 

Apenas eu não queria contradizer-te. Agora, passado tempo, dias, horas e minutos, daquela altura em que me escreveste, apenas fico a pensar se fiz bem.

Porque o mais importante para mim não é ser gato. O mais importante para mim é que percebas que o meu devaneio é por ti causado. Porque sei que és especial e que não te quero desiludir mais do que aquilo que desiludi.

E basta! Se leres isto, fala comigo sem medos e diz-me porque o fizeste! Sinto falta do teu odor, da tua plenitude, das tuas palavras. Tenho tanta, mas tanta coisa para te contar. Em que eu precisava de ajuda. Em que eu sei que tu me podes ajudar, nem que seja ouvindo como ouves.

Mas acima de tudo isto quero que estejas bem. E não, não quero beijar-te. Quero olhar para ti e ver o sorriso que via, e poder dizer que és a minha melhor amiga e ouvir a nossa música e não ficar atristonhado.

Porque sei que, no fim de contas, o que tu fizeste, não poderia ser só porque sim. As minhas mãos tremem, é certo, mas o meu cérebro apenas me faz escrever mais e mais.

E a culpa, no sentido que lhe quiseres dar, é tua. É tua porque não sais daqui. E eu... e eu não quero que saias. Quero que voltes a ser a minha melhor amiga, a pessoa que eu coroeei, a pessoa que me chama louco, a pessoa que uma manhã me acordou com uma das melhores mensagens que já recebi...

Eu sei que aquela pessoa eras tu, por muito que a nossa história fosse pequena. Porque numa amizade, o tempo não importa, mas sim, os sorrisos e aliado a isso, as expressões faciais que tanto gostas.

E sim, eu gosto de ti, mas gosto como sempre gostei e sempre não te escondi. E sim, espero que sejas feliz. Eu estarei a olhar por ti, porque fui a estrelinha que te caiu em dezembro. E sim, és tu, és tu que me faz sair da minha zona de conforto e figuradamente ter a vertigem...

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Tenho saudades tuas!

Sinto saudades tuas, mesmo. Com um aperto no peito e um nó na garganta escrevo isto, porque tenho saudades tuas.

Saudades de te dizer bom dia, com vontade de escrever mensagens brutalíssimas cheias de frases que nos fazem pensar; Saudades de ouvir que te faço sorrir, saudades de ler as tuas mensagens cheias de emoção.

Tenho saudades tuas, porque sinto uma amizade especial por ti.

Lembro-me da vontade que tinha em correr para junto de ti e do abraço que dávamos.... Demos tantos, mas tantos que o teu odor já fazia parte do meu dia.

Tal como já fazia parte do meu dia o teu sorriso, o teu à vontade, o sentir das tuas mãos no meu braço ou nas minhas costas. Tudo isto, porque apenas tu, nesta vida comigo, teve coragem, sem medos e receios de fazer tal coisa.

E eu, permiti. Permiti e nunca mostrei objeção.

Contigo fiquei à chuva no jardim. E não queria sair de lá. Queria perpetuar aquele momento como o perpetuamos.

Contigo fiz coisas que nunca pensei fazer. Agora, sinto a tua falta. Parece que o nó da garganta não sai e o aperto no peito não se desmoi. Se calhar porque tenho receio de que tu voltes ao teu anterior passado...

Queria abraçar-te, como te abraçava. Falar contigo, como falava. Dizer que gosto de ti e que te adoro, porque é a realidade.

Gostava que um dia soubesses o esforço que eu fazia (ou faço) para poder ir ter contigo. Mas sei que não o posso dizer diretamente. Talvez um dia... Talvez no Atlântico, ou no céu.

O que sei agora é que tenho saudades tuas e que gosto muito de ti! Um dia espero que percebas a emoção com que escrevo este texto e que entendas que as minhas palavras naquela manhã de domingo não eram sentidas. Não só, mas somente as disse, porque te respeito...

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Porque te respeito...

E fui... Fui a correr com o telemóvel para a casa de banho, porque já imaginava o que viria daí...
Os meus intestinos deram voltas e voltas, mas sempre te respondi, de corpo e alma, ao que escrevias, ao que perguntavas, à tua felicidade...

Porque te respeito... Porque te respeito não te disse até agora o que realmente sinto por ti... sinceramente, o que é que sinto? Algo que não consigo dizer numa só palavra... Não sei...

Dizem que é o que se sente quando os grandes amigos passam a sentir algo mais forte do que amizade... Mas não sei. Nunca senti isto...

Podia ter escolhido palavras ou simplesmente beijar-te... ao invés, coroei-te, ofereci-te uma pulseira, não permiti que pagasses almoços, deixei que te sentasses no meu colo, que nele adormecesses, que inclusivamente, aquecesses as mãos nas minhas costas e lá fizesses festinhas... foi tão bom!

Não esqueço o que senti no momento em que te dei um beijinho no canto da boca... senti, em parte, o molhado dos teus lábios, e em parte, do seco da tua face... Nesse dia, na viagem até casa, permaneceste na minha cabeça. Como quase todos os outros dias...

Porque te respeito, sei que, se calhar, nunca seremos mais do que melhores amigos. Porque o teu sorriso que me contagia é tão importante para mim que prefiro vê-lo a não o ver... simplesmente porque é teu. Por muito que digas, como já disseste, que gostas de mim, porque te respeito, ainda nada disse!

Sinto hoje o peso das nossas conversas, sabendo que sou uma pessoa com quem tu contas, a quem tu contas, com quem partilhas, com quem falas, com quem sorris... E eu, acalmo-me... porque disparates não fiz, porque continuo a ver, ou  imaginar, o teu sorriso, a tua face, o teu cabelo sedoso.

E sei, sei que algo tens para me dizer... eu já sabia que tal ia acontecer... mas, ouvir-te-ei, como sempre te ouvi, por muito que tal me custe, por muito que isso implique que eu me afaste, por muito que eu, cá dentro, em mim e por nós, tenha de te ver com outros olhos, sem óculos amorosos, com a realidade amiga.

Tenho saudades tuas! Digo-o, porque sinto a falta do teu cheiro, da tua voz, do teu sorriso, por muito mais que tente recordá-los... Os teus abraços são mágicos para mim... É como quando estou contigo, não tivesse e-mails, telemóvel, nada! Somente eu e tu, tu e eu... Numa cidade que tão bem conheces...

Quase me vêm lágrimas aos olhos ao escrever isto. Não só, mas somente porque tenho medo. Porque adoro ficar a falar contigo até tarde como nunca fiquei com ninguém. Porque o meu medo é ainda não estar bem e recuperado e voltar a ficar down, como fiquei no Secundário.

Sei que te disse que ligava, mas não sei se deixo que me contes primeiro o que me queres contar ou que fale eu de como correu o meu dia.. Não só, mas somente, porque não quero que nada mude aquilo que me queres contar, porque... porque te respeito!

Adoro-te! E tu, sabes disso...

segunda-feira, 30 de março de 2015

Hoje



Hoje… era apenas mais e mais só um dia.
O primeiro dia útil do novo horário legal de verão, o dia em que muita gente começa a interrupção da páscoa, o dia… era só mais um dia…
O despertador tocou… tocou… tocou e eu desliguei-o. E, ele voltou a tocar… tocou… tocou… tocou e eu desliguei-o. Uma hora e meia depois saí da cama. Fiz a habitual verificação de mensagens e e-mails e despachei-me como se fosse só mais um dia…
Perdi o barco por dois minutos, atrasei-me para os meus compromissos, mas ergui a cabeça. Ergui-a porque sabia que o dia ia ser longo. Cheguei, pedi a chave do meu novo gabinete, corri para o elevador e fugi… fugi para onde estava uma professora minha e onde eu não ficaria sozinho.
Trocarmos as habituais palavras e conversas e regressei… regressei a casa, numa correria para poder almoçar com a minha família, ou parte dela. Encontrei uma colega de longa data nos “aviões marítimos” e o tempo assim mais facilmente se passou.
A minha cabeça estava… deveras ocupada.
Até que depois de almoço apanhei o autocarro que tanta vez já apanhei e sucumbi a mais uma atividade que me preenche o cérebro: a formação ao pessoal não docente. Foi um desafio aceitar esta formação… É a primeira, no meio dos dias do descanso que não é descanso, da aventura que o é e não é.
Mas hoje, não poderia ser só mais um dia… Porque tinha 5 minutos para elaborar um teste para os meus formandos fazerem. E foi precisamente durante a realização do teste por eles que eu parei, que eu caí em mim que eu percebi que não era realmente feliz. Que estava apenas e só feliz profissionalmente. E o resto? E os sentimentos? No fundo, a justificação que encontro é… o trabalho dá-te felicidade. Não te preocupes com o resto. E assim… E assim, deixei de ter aquelas ideias e voltei… Voltei a ser o formador sério e sorridente daqueles funcionário que tanta gente socorrem, nem que seja com um bom dia a cada dia que passa…
Quando sai e deixei de ter obrigações até amanhã às 8h59, capum! Voltei a cair… voltei a ficar cá em baixo, como me senti tanta vez naquele malvado Ensino Secundário. No fundo, porquê não sei, mas somente sei dizer que poderá ser devido ao meu intelecto. Ao intelecto que está feito para pensar no trabalho e secundarizar o resto… mas isso… mas isso levantaria muitas outras questões. Não só, mas somente porque ninguém conseguiu provar que o desenvolvimento do cérebro, ou melhor, que os sobredotados têm um cérebro que mostra uma menor ligação afetiva pelas pessoas e um menor controlo das suas emoções, dado que se focam, principalmente, no seu trabalho.
E capum! Quando não nos focam… beu beu beu… ficamos no nosso canto, no nosso ninho, na casa que é nossa a pensar… E agora? Quem nós somos? Quem somos nós?