quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O dedicado instrutor de condução

Parecendo que não, a maioria da população portuguesa tem como objetivo aos 18 ano tirar a carta de condução. Algo que é dito sempre de forma incompleta, porque, ou por não saberem, ou por se quererem despachar, não fonetizam que pretendem obter um título de condução válido para veículos ligeiros, podendo estes ter reboque até ser atingida determinadas condições e além do mais poderem vir a utilizar motociclos específicos.... Ora mais uma vez isto se resume a se dizer que se pretende ter um título de condução para a categoria B.

Muitos antes de terem completado os 18 vão, ou por obrigação, ou por vontade própria inscrever-se numa Escola de Condução para ter então o tal título de condução desejado. Enquanto uns tentam fazê-lo aos 18, outros tentam mais tarde, ou por terem adversidades na vida, ou então, por simplesmente não terem interesse por tal.

Lembro-me particularmente da minha inscrição na minha escola de condução (é um facto.... acaba-se sempre por dizer a minha escola de condução, o meu instrutor.... e veja-se bem.... o meu carro: para muitos, o primeiro!)... Era inverno, mas desta vez, naquele dia estava Sol; já se avistava o Natal e com ele os atrasos inerentes à época natalícia, as pessoas ficam mais preguiçosas porque os dias são pequeníssimos e além disso, dois feriados em dezembro tiram dois dias úteis de trabalho!

O facto é que o presságio da época natalícia confirmou-se, porque tive mais do tempo normal à espera da minha licença de condução. Quando ma entregaram, um papel azul dobrado em três, com sulcos e picotados, com um símbolo que refletia à luz eu estava mais do que maravilhado. E o meu objetivo era não a dobrar, vincar ou simplesmente estragá-la. (Algo difícil pelo que vejo atualmente, mas enfim....).

Quando a recebi, fui rapidamente assinar as aulas que podia e percebi ao longo das lições de código que este não era tal e qual como eu pensava: ou a linha contínua proibia (mas não proíbe) a ultrapassagem ou existiam faixas (mas afinal são vias) ou ainda mais parva... os veículos de dois lugares, os vulgos comerciais, não são veículos ligeiros de passageiros! Mas sim veículos ligeiros de mercadorias... Enfim, foram aulas divertidas que me fizeram lembrar o tempo da minha Educação Primária, o meu 2.º Ciclo, ou então melhor... Os meus professores com mais idade que apenas perguntavam o que estava nas imagens do livro.

Da teoria para a prática, passei por seis aulas de simulador e cheguei à nua e à crua realidade! As aulas práticas para poder ir a exame de código... Como sempre faço antes das aulas práticas, fico na paragem do autocarro, vendo-os passar, percebendo a mecânica da complexa rede de transportes de Lisboa. Eis senão quando chega ao minuto certo da hora da minha aula e dirijo-me aos instrutores, cumprimento-os e sigo com o Caro João para o "nosso" veículo ligeiro. 

Das aulas antes do exame de código pouco me recordo, apenas de, na segunda aula, perceber que estava muito à direita e não estar minimamente em condições de circular na estrada, no preciso momento em que são colocados os quatro piscas e me é dito: "Vamos lá ver, porque assim não podemos estar na estrada!".

Feito o meu exame de código, sigo de forma rápida para as restantes de condução..... Com umas trocas pelo meio, os sessenta minutos dedicados ao carro e a mim passaram-se dentro da normalidade, com a exceção de buracos, ter passado um sinal vermelho e ter percebido a partir de determinada altura que não teria muitas instruções, uma vez que já estava preparado para fazer algo sem indicações prévias. Aqui tenho de confessar que nunca gostei de estacionar o veículo... Sempre me deu aquele friozinho no estômago e a ideia de "Eu não sou capaz!".

Após as 32 aulas legalmente obrigatórias marco o meu exame de condução..... aquele bicho papão para muitos candidatos a condutores. Dada a longa distância entre a data da minha última aula e o exame que estava marcado acabei por ter mais cinco aulas para tentar aperfeiçoar os meus conhecimentos. O que é certo é que nestas últimas aulas (entre junho e julho), estava a decorrer a época de exames da faculdade e eu estava completamente desanimado, sem forças para estudar... Aqui é que mais uma vez o papel do meu instrutor de condução foi importante: muitos pensam que não, mas os instrutores, quando têm uma boa relação com os instruendos, acabam por fazer de forma imponente parte da vida destes últimos... Foram as conversas que me fizeram reavivar o espírito académico e ter vontade de estudo! E com a ajuda do meu instrutor consegui ter bons resultados!

Já indo longe os exames chegou a data da verdade: O dia do exame de condução.... altura em que respondi torto a este e quando me apercebi fiquei estapafúrdio! Do tal momento da verdade as recordações ainda cá estão e lembro bem delas nas noites que não consigo dormir com insónias. Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ouviu-se no carro e na minha cabeça pensou-se....... "Oh não.... isto não!".

O que é certo é que há de passar em frente e pensar no futuro. Em jeito de conclusão, devo de forma imponente um valente Agradecimento ao meu Instrutor, o Excelentíssimo João! Mas também devo-lhe um pedido de desculpas, por não ter correspondido às expetativas de forma clara..... Ora bem, e o futuro? Como será? Esperemos que seja bom! UM OBRIGADO!