sexta-feira, 27 de maio de 2011

O atraso dos nossos aeroportos! E o povo até ajuda!

Vejamos então agora este espetacular caso!

Um passageiro português chega a um dos aeroportos batidos do continente e passa o tempo a ouvir: "Senhores passageiros para o voo nhaca nhaca com destino a Algures no Mundo devem dirigir-se à porta de embarque qualquer coisa". E além de ouvirmos esta "grande" informação em português, ainda temos de "sofrer", ouvindo a mesma cantilena na língua de origem da companhia aérea ou então em Inglês (apesar de nem ser tão horrível neste caso).

Transportando agora a mesma situação para Espanha ou Itália temos o invés. Em Espanha ouve-se que não se anunciam as partidas pela "megafónia" deste terminal e em Itália nem isso se ouve - chamando a atenção das pessoas para os painéis informativos que, só por acaso, tal como nos nossos aeroportos, são tão comuns que até irritam!

Analisando agora esta segunda situação:

Em Portugal temos inúmeros balcões abertos para o check-in para o mesmo voo. Claro que em alguns aeroportos do estrangeiro (acredito eu que em mais de 95%), o número de balcões disponíveis seja muito mais reduzido. Mas o povo é tão unido (só quando não lhe dá jeito ser diferente dos outros) que quando, apenas e só, existem 3 balcões para entrega de bagagem, que se concentra todo no balcão do meio! No do meio!!!! E mais uma vez, ao contrário do que acontece com o nosso querido país, os assistentes não avisam as pessoas para se dirigirem para aqui ou para ali.

Mas ainda o mais cómico é que quando alguém repara nessa situação e fala um pouco, um pouquinho de nada mais alto, ainda leva por cima.

Não é bonito???? Acho que apenas estamos a mostrar lá fora preocupação pelos outros e não pelos nossos.

O Errado "Culto da Sexta-feira"

Todos nós pensamos que sexta-feira é o último dia de trabalho da semana, mas estamos todos redondamente enganados. Nos fins de semanas, não só os estudantes, mas todas as pessoas em geral, trabalham muito mais do que míseras 8 horas diárias (míseras ao tom da senhora alemã que falou recentemente para os Portugueses).

Se formos a ver, apesar de 98% da população se levantar mais tarde, não temos casa para limpar, matérias para estudar, ou então trabalho no PC para executar, ou ainda, elaborar um complexo trabalho que, por falta de tempo, durante a semana não se conseguiu fazer?

Então podemos concluir algo... A alegria da sexta-feira resume-se à tristeza do domingo à noite, no entanto, a palavra sábado remete-nos para um sentido muito reto no nosso cérebro! Sábado = descanso que, como pudemos ver, não é bem assim.

O ser humano é algo fantástico no que respeita a deduções e induções mentais, mas vejamos... A semana tem sete dias e não 5! O homo sapiens, nós próprios, trabalhamos nos 7 dias da semana. Por isso, o "culto da sexta-feira" apenas quer dizer que estamos fartos dos nossos superiores dos nossos colegas e ainda do nosso local de trabalho!

Não vale a pena minimamente estarmos a esconder o nosso grande desejo: ter dinheiro, saúde e sermos livres. Poucas pessoas têm prazer a trabalhar (infelizmente).

Porque não pensamos assim: segunda-feira é bom: já limpei a casa, tenho tudo feitinho e vou tentar mudar a minha atitude para com os meus colegas/superiores? Se calhar poderei obter melhores resultados...

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Caros Leitores,

Há muito que não passava por cá, é verdade. Dupé tem estado imensamente ocupado com a escola e com outros seus afazeres! Vejamos então no que este regresso dá!

sábado, 7 de maio de 2011

Trabalho n.º Lx, Encontro n.º R

Mais cedo não podia ser. Eu apenas entrava ao trabalho quando a noite se começava a pôr, quando o Sol já estava a passar os seus lindos e brilhantes raios para o outro hemisfério terrestre.

Sempre às sextas-feiras, quando descia do barco das 19h00, corria que nem um desalmado para poder apanhar um autocarro até ao meu trabalho. É certo que a distância era pouca, mas com o mundo que aí se vê a minha opção era manter a minha segurança. Por mais um dia iria estar a olhar o rio depois de trabalhar, era o que fazia todas as noites de sexta-feira, após a meia-noite: subia até ao último piso do edifício e olhava para aquele belo elemento natural. Cada semana o movimento do rio era diferente e isso deixava-me muito mais entusiasmado: a mudança do natural.

Sentei-me na secretária, abri o portátil que levava comigo, liguei o cabo de rede e pronto, pus-me a engendrar planos para combater a crise e poupar recursos das empresas institucionais de transportes do estado. Era chato como tudo. Tinha de estar a pensar em todas as circulações diárias de todos os modos de transporte, mas só aquele pensamento dava-me um gozo bestial.

Centra-me naquele dia na empresa dos autocarros em Lisboa. Era o meu primeiro desafio rodoviário: não tinha muitas bases. Estava ali por ter uma carta de recomendação e pedir um salário não muito elevado. Tentava sempre seguir o instinto, analisar os dados e prever que em determinada hora de determinado dia poderia perder passageiros se tirasse este ou aquele autocarro e podia ganhar se prolongasse a carreira x ao lugar y, substituindo a z, economizando m litros de gasóleo ou gás natural.

Às 23h já me doia a cabeça de tanto pensar em tantas carreiras que existiam e ali não podia mexer em todas as carreiras (já existiam quase 110 anos de transporte público em Lisboa). Não conseguia mais. Tive de parar. Entretanto entra de rompante pela sala a dentro uma rapariga, dizendo que tinha sido minha colega de escola no Secundário. (Eu cá pensei: Credo, nem aqui?!) Ela falou e acabei por convidá-la por subir ao terraço comigo. Trouxemos umas bebidas quentes e um pãozinho para nos satisfazer a fome e passámos mais do que hora e meia à conversa,  matando as saudades que existiam.

A minha memória continuava a atraiçoar-me. Eu não conseguia de maneira nenhuma lembrar-me de quem era aquela mulher! Pensava, pensava, pensava e acabei por não concluir nada. Pedi para ela me acompanhar à saída, porque tinha acabado o meu turno (e já eram para lá da uma e meia da madrugada). Quando chegámos à saída é que me lembrei: "não eras tu que tinhas alguém que por sua vez tinha no blog o tema do metro?" Ela baixou a cabeça e respondeu que sim. E eu, continuando educado como sempre, tentei reconfortá-la.

- "Corre, corre! Vamos perder o barco!!"
- "Eu não vou", respondeu ela.
- "Vem aqui ter amanhã à mesma hora, acho que precisas de me contar o que se passou", disse eu.

As conversas nunca se finalizam num único encontro. Muitas vezes, elas são intemporais. As pessoas é que têm de ver como abordar as outras de forma correta, a fim de continuar o que ficou inacabado, especialmente quando além de uma relação profissional, se tem uma relação pessoal.