quinta-feira, 27 de maio de 2010

A viagem para Portugal (XIV)... Uma nova vida em Londres

Eram tão boas as cócegas. De forma suave e doce. Mas Carlos tinha de fazer as malas naquele dia, ia para Portugal de novo. Tinha delegado competências no Junior Assistant e queria regressar a Portugal. Carlos estava triste e cansado de Londres. Apesar da bela companhia que existia ali, ele queria fugir! Sair daquele espaço, mesmo que isso lhe custasse afastar de uma das melhores pessoas para ele na vida. Mas tinha de ser.

Fez as malas silenciosamente, e lembrou-se do medo que tinha em Roberta mudar a rede do seu telemóvel. Se tal acontecer, mal podiam conversar. Era uma vida tão bonita, tão calma, tão serena e tão estável. Será que tal ia acontecer agora? Tinham chegado à TfL cartões de uma rede diferente daquela que eles utilizavam e Carlos chegou a dar um a Roberta. Tinha medo de novo. Há hora de saída, fala com Roberta sobre o assunto. Ambos derramarram lágrimas. As saudades iriam ser imensas, os sentimentos e a relação poderia ser completamente diferente. Ele quis ir de metropolitano, atravessar as próprias obras que ele montou, até chegar o momento de sair mesmo de Londres e do Reino Unido. O que ficava para trás? Uma pessoa, memórias, desejos, uma boa vida, mas o salário continuava a ser recebido mensalmente em Portugal.

Que seria de Roberta? Para Carlos, não existia nenhum sentimento diferente. Ele pensava que ela não iria sentir a sua falta. Será que está correcto? O avião parte e Roberta fica com uma mansão só para ela. Para ela triunfar com tudo o que tinha direito, sem combates de guerra a brincar e jantares interrompidos com telemóveis.

Carlos teve saudades? Mal chegou a Portugal, pôs-se a pensar se tinha feito bem...

domingo, 23 de maio de 2010

Olhar para a lua (XIII)... Uma nova vida em Londres

Um abraço bastava, foi o que Carlos disse. Obrigado por tudo Roberta, sem ti não poderia estar aqui, agora, ser o que sou. Devo-o a ti, mesmo que não acredites. Foi o que Carlos disse a Roberta. Abraçaram-se de seguida, enquanto que, no rio, as luzes apagavam-se. Após o abraço correm feitos loucos para o bar mais próximo. Sem se alcoolizarem, beberam algumas canecas de cerveja e, no fim, um suminho fresco de laranja. No dia seguinte, Roberta tinha de voltar para o trabalho. Carlos, segundo Roberta, até podia trabalhar por casa, mas contrapondo logo de seguida o que ela diz, ele responde que se não fosse ele, tudo estava completamente diferente do que está agora, mais velho, sem revitalização do que é necessário e reutilização de troços que até poderão ser rentáveis para a cidade e para os cidadãos.

A noite é passada no mesmo quarto, de onde Carlos, sem sono, consegue olhar a Lua e pensar no bem que lhe faz estar com Roberta. Ela era como fosse a luz dele sempre. Carlos suspirou, beijou na testa Roberta e dá uma volta por casa com a sua caixinha mágica dos textos e recordações. Tirou um que, sem saber, iria fazer recordar um dos dias mais preocupantes para Carlos no 11.º ano:

"Não dormi nada nesse dia. Fui-me deitar cedo, mas às duas da madrugada estava em frente ao espelho da casa-de-banho, de pijama a chorar que nem um louco. Como se fosse o meu último dia naquelas situações, de aluno português, daquela escola, com aquela companhia. No entanto, recordei-me das palavras de apoio e de conselho que lhe tinha dado na véspera para que tudo corresse bem.
Passadas três horas acordei. Eram cinco da madrugada, ainda noite no sítio onde moro. Vi o meu telemóvel e estava lá a doce mensagem de obrigado! Ainda consegui falar com ela antes do embarque. Fiquei feliz. Quando era obrigatório desligar o telemóvel, veio-me uma dor no estômago que só passou às 7 horas e 02 minutos, quando, no sítio electrónico da empresa reguladora dos aeroportos portugueses, vi que o avião tinha levantado voo. Fiquei um pouco mais tranquilo, mas só de pensar que poderia acontecer alguma coisa até Madrid, deixou-me, de novo, a chorar. Mal cheguei à escola, pude ir à Biblioteca ver o estado do voo. Chorei de novo. Acho que pensei que a protegi pouco. Ups... Ainda vai acontecer outra vez, e além disso, tenho uma noite que me faz remoer os fígados há muito. Tenho saudades e medo!"

Carlos, de cara séria, ao pé da janela, na qual via a lua, guarda o texto, fecha a caixa sem dizer nada e deslumbra tal natureza. A Lua, um satélite natural que é tão bela. É como se fosse um dos marcos do horizonte pessoal humano: ver o resto do Universo. Carlos deixa-se dormir sobre o parapeito da janela, e tempo mais tarde, lembra-se de estar no chão, cheio de comichão na sola dos pés. Eram cócegas!

Fonte da fotografia: http://farm3.static.flickr.com/2644/3785455312_6aec8a42dc.jpg

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A casa vazia e o metro escuro (XII)... Uma nova vida em Londres

Carlos lembrara-se que Roberta perdera a chaves. Utilizando a serra eléctrica, no dia seguinte, que tinha abriu a porta da casa dela e ofereceu-lhe uma porta nova, para a casa que era arrendada. Disse-lhe e afincou o pé de que ela ia viver com ele, seja na mesma cama, no mesmo quarto, no mesmo piso ou na mesma casa, mas que ali naquela casa arrendada ela não ia ficar. Roberta ficou confusa com tudo isto. Pensou em Madrid, quando houve uma troca de quartos e ambos tiveram de ficar numa só cama. Contrariando tal facto, Carlos disse que se fosse preciso fazia obras na casa que tinha.

Nessa noite, ele ficou a pensar se tinha agido de maneira correcta. Começou por escrever um texto intitulado de "Rico ou com muito dinheiro?".

"Passaram-se anos. Eu, de início, pensei que ela era rica e que se iria portar de maneira diferente. Que se iria exibir perante todos com tudo o que pudesse. Não digo que, por vezes, tivesse ficado amedrontado com compras que ela fazia ou com aparições na escola. Mas também não me fiquei atrás. Peguei no meu poderoso valor e arrebatei o dinheiro dela. Percebi aí que ela não passava, realmente, de uma pessoa que era modesta e simples, com alguns luxos é certo, mas que não se exibia em extremos. Nem em 8, se calhar em 10. Por aí!
Será que fiz bem hoje? Acho que tornei-me eu rico e fiz de mais. Dar a entender que fazia obras se ela quisesse e, além disso, paguei-lhe, sem mais nem menos, uma porta e uma nova fechadura. Diria eu, no ensino Secundário, que não estava a cumprir com os meus objectivos de vida - a poupar. Será que fui correcto? Tenho remorços. Não sei que fazer. Lembro-me quando aplicava o termo remorços às memórias que tinha dos sonhos 'maus' da infância, quando me ia, de novo, deitar. Mas agora são outros. Tenho medo... Não sei se fiz bem. Eu fiz as minhas escolhas mal! Quero ser feliz! Acho que não o sou!"

Estava Carlos a pôr o último ponto de exclamação no texto que tinha escrito e Roberta convida-o para sair. Sem mais nem menos levou-o para uma das pontes mais bonitas, London Bridge, que há noite é como se fosse a ponte D. Luiz I, mas cem vezes mais bela. Mas, algo me despertou a atenção. Havia luzes no Tamisa. Luzes de mais. Aquela hora não existiam tantas ligações para tantos barcos. Passados 5 minutos, nota-se um desenho no rio, algo que já se tinha feito no passado, a junção das duas abreviaturas dos primeiros nomes, com a palavra "obrigado" por baixo. Carlos apoia-se na ponte e derrama uma lágrima do seu olho esquerdo. A lágrima mal se via. Estava escuro e ali por baixo passava o metropolitano. Num último instante Roberta pede a Carlos para este lhe dar a mão.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O confronto de olhares (XI)... - Uma nova vida em Londres

A empregada retirou-se da proximada dos colegas de secundário. Carlos derrama lágrimas, mas seca-as rapidamente. Tentando-se mostrar como forte dá uma desculpa esfarrapada a Roberta, mas como esta o conhecia bastante bem, não acreditou nele, dizendo que chorar fazia bem a todos e não valia a pena chorar por tal coisa.

Carlos olha nos olhos Roberta. Não acontecia tal coisa há mais de um lustro. Fixaram ambos os olhares. Aqueles castanhos em confronto em linguagem ocular, pedindo um abraço mútuo. Assim foi, do nada, abraçaram-se e pensaram nas maiores alegrias da vida. Nas maiores vivências, nos maiores sonhos, no maior amor, na cidade de sonho. É como que aquele confronto de olhares os transpusesse para o passado, deixando uma ideia de saudade, mas de recordação.

Passava-se a altura do início do Ensino Secundário e ambos foram colocados na mesma turma. Não se conheciam. Para Carlos, Roberta era como alguém que, após o primeiro olhar tinha ficado marcado para todo o sempre. Para Roberta e após as primeira intervenções de Carlos e antes dos primeiros testes, este era uma pessoa muito culta, e com muitas boas notas, facto que não se confirmou com os testes que fizeram.
Acho que Carlos desceu na consideração de Roberta nesse tempo, sem se aperceber. Foi brilhante como existiu medo nas primeiras conversas por SMS de ambos. Seria por falta de hábito? Ou por não querer magoar o outro? O certo é que foram felizes. Fizeram o Ensino Secundário no tempo habitual (3 anos) e entram À faculdade. Aí sim, existiu uma grande separação na vida deles. Penso ainda que Carlos chora por tal separação. Daí, se calhar, tal reacção, quando este lhe deu a prenda. Seria excelente que se percebe tal comportamento. A faculdade marcou bastante ambos, desde a vírgula mal posta numa frase até às novas experiências de vida!

domingo, 16 de maio de 2010

A visita cultural (X) - Uma nova vida em Londres

Carlos trabalhou apenas até ao meio-dia. Deixou que o seu Junior Assistent trata-se das coisas à tarde e foi visitar a cidade. Ele programou ver 3 locais de interesse: Madame Tussauds, London Transport Museum e um local que não é local, mas que abrilhantava os olhos de Carlos, Docklands Light Railway que ele administrava. Almoçou em casa, a sua comida portuguesa favorita e depois caminhou até ao Museu da Cera. As filas eram enormes. Utilizando os seus VIP Tickets, ele entra enquanto que a fila continua a aglomerar-se. Carlos fica maravilhado com as personalidades que encontra em cera, desde as mais mediáticas até às mais obscuras, mas um facto ele tinha de realçar. Tudo parecia real! Era como as pessoas tivessem ali vivas, ao pé dele!

A memória não o atraiçoa e ele lembra-se de levar algo para mostrar a Roberta. Ambos sempre gostaram do 007. Nada melhor que a fotografia dessa personagem em cera para recordar esse momento. Era fascinante, tanta luz misturada com o sorriso de Carlos. A dedicação a tirar a fotografia, a simplicidade, mas a ternura e o cuidado.

Termina a visita e dirige-se para o museu dos transportes. Como é óbvio, aquele museu fê-lo delirar. Passou lá mais do que três horas. A documentar tudo, ver todas as características, as peças, o passado, o presente, o possível futuro. Tudo ficou registado numa máquina fotográfica. Louvou-se pelo avanço das locomotivas, dos sinais de controlo de tráfego, dos autocarros, do ambiente, das zonas não mostradas ao público. Adorou um das carruagens de metro. Os diagramas antigos e a evolução do Tube Map que pretende alterar em breve. Tanta magia para aquele dia. Faltava-lhe o DLR. Com pressa sai do museu e dirige-se ao pé de casa. A estação mais próxima era ao pé de sua casa. Na ponte, deslumbrou-se com a vista sobre o rio Tamisa e sobre as docas londrinas. Comparou-as à baixa ribeirinha portuense e lembrou-se da visita a tal cidade. Mas ele tinha saudades de Roberta. Queria passar a tarde com ela.

Cerca das 22 horas chega a casa, e vê os sapatos de Roberta ao pé do seu quarto. Achou estranho e questionou a governanta de tal razão. Carlos sorriu com as palavras que foram ditas em voz alta, por uma voz feminina, que se aproximava por trás.

sábado, 15 de maio de 2010

O reviver do Verão bonito (IX)... Uma nova vida em Londres

Roberta depois do jantar, saiu de casa de Carlos e desejou-lhe boa noite. Algo que Carlos estimou e agradeceu com ânimo. Foi para o quarto e decidiu ver a sua caixinha, tendo em conta o que a SMS que lhe enviaram.

Em casa de Carlos estava luz, aquecedores ligados, pouca roupa vestida, contrastando com a noite londrina, chuvosa, fria, que obrigava Roberta a estar com muitas camisolas por causa do frio. Roberta fazia lembrar Carlos, quando ambos estavam em Portugal. Ele era o friorento e ela a menina do decote, quando o tempo começava a aquecer. Roberta estava na paragem de autocarro, quando é assaltada. Fica sem chaves de casa, sem o dístico de identificação do hospital, sem dinheiro, excepto o telemóvel que por espanto o tinha deixado na casa de Carlos.

Roberta caminhava agora à chuva, até à casa de Carlos. A chuva tornava-se cada vez mais forte e a viagem até casa do amigo tornava-se cada vez mais longíqua.

Carlos remexe na caixa dos textos,como Roberta lhe tinha dado indicação. Encontrou dois textos que se destacaram. Não estavam ali. Alguém os tinha posto ali. Ele leu um que, aprecia que tinha escrito há algum tempo. tinha um título: "O que sei dela"

"O tempo aqueceu. Deixou de usar a roupa de Inverno e passou a usar a roupa mais fria. Além disso, consegui vê-la, uma vez mais como adulta. Fiquei feliz por isso. Ela, sem dar por isso, deu a entender o que s epassava de normal com ela. Como é óbvio, era certeiro. Pelo que conhecia dela era o mais o provável ser. Até pelo ar da palavras e das acções eu consegui perceber isso. Quem me dera não o perceber. Não quero exceder os meus limites!"

Carlos percebeu que o que teve com Roberta no Secundário era algo de importante para ele. Era como ela fosse uma luz e um exemplo para ela. Mas agora Carlos tinha outro texto  para ler. Era de Robeta:

"Ups... Passaram tantos anos e eu ainda escrevo textos para ti. Tenho imensos textos teus em minha casa, cada um mais bonito que o outro, mais sorridente, ou mais duvidoso. São textos que eu estimo. Eu sei que me perguntaste várias vezes o que eu fazia com eles. Eu sei que pensavas que eu os deitava fora. Mas não. Estão todos guardados. Tenho memórias de tudo, mesmo que não tas diga. Gosto de as aguardar para mim.
Agora estamos em Londres, passaram anos, mas as amizades são intemporais. Mesmo aquelas mais fracas, e mesmo aquelas mais fortes! Sempre to disse."

Carlos após ler o texto de Roberta, desligou a luz da mesa de cabeceira e foi-se deitar. Cinco minutos depois Roberta bate à porta. A porteira abre a porta e após explicar a situação deixa Roberta dormir lá. No piso das visitas, porque Carlos não tinha conhecimento de tal situação. Passa-se a noite e o dia seguinte continua cinzento. Carlos despacha-se e sai. Ele queria ir visitar monumentos em Londres naquele dia, após o trabalho.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Jardim da Saudade, mas o Jardim do Reecontro (VIII) - Uma nova vida em Londres

Roberta ficou encavacada com a saída repentina de Carlos. Ela apenas se tinha esquecido de trancar a porta do WC. Despachou-se e saiu de casa de Carlos pela porta das traseiras e perguntou à governanta onde é que Carlos tinha ido. A indicação que lhe deram foi a de St. James Park. Apanha o metro a seguir a Carlos. Sai na estação correcta e vê Carlos a coxear ao fundo. Este, já cansado, senta-se num banco. Era como houvesse um contraste entre a constipação dele, de casaco escuro com as primeiras folhas verdes a aparecer no jardim. Vê o London Eye ao fundo e relembra as imensas fotografias que via na Internet sobre tal atracção turística.

Roberta consegue chegar ao pé de Carlos e ele, envergonhado com o que se tinha passado, volta a cara para o lado. Roberta tem uma grande conversa com Carlos. Eles estão mais do que duas horas ali sentados, à mercê do Sol e da chuva, porque o céu estava parcialmente nublado. Falam, gritam, divertem-se, guerreiam, 'atacam-se', resumindo portam-se como dois adolescentes autênticos. Carlos convida, após tal conversa, Roberta para irem visitar o Palácio de Buckingham. Roberta aceitou de imediato. Após a visita que demorou algum tempo, Carlos ajoelha-se no meio da erva verdescante do jardim e pede perdão por tudo de mal que tinha feito a Roberta. Além do mais, Roberta aceita jantar com Carlos em casa dele.

Quando chegaram a casa, a primeira coisa que Carlos fez foi mostrar toda a casa, mais propriamente dois pisos, compostos por bastantes quartos e divisões importantes. Ele disse a Roberta que quando ela quisesse lá dormir estaria à vontade, porque ela fica num piso e ele noutro. De repente, quando começa o jantar servido à portuguesa, o telemóvel de Carlos toca. Era uma vez mais o seu Junior Assistent porque tinha novidades em relação às obras do metropolitano e aconselha Carlos a fazer uma declaração pública com as informações que ele lhe iria enviar por e-mail. Assim foi. O jantar ficou cancelado por hora e meia. Carlos pegou na mão de Roberta e levou-a para a sala das conferências de imprensa. Por trás das câmaras, Roberta fazia figas para que Carlos não tivesse nenhuma recaída de saúde durante a comunicação à cidade e ao país. Assim foi, marcava o relógio vinte horas e quarenta e sete minutos, quando entra Carlos no ar:

"Caros Cidadãos Londrinos e Britânicos,

Agradeço-vos a paciência que têm demonstrado para com as obras que a TfL está a desenvolver no LU. Estas são bastante importantes e têm um encargo não elevado para os contribuintes. Trago-vos assim, uma vez mais, novidades acerca das obras que decorrem. O topo norte da linha Metropolitan entre Chesam e Moor Park já está concluído. Entra assim em obras o troço entre Harrow-on-the-Hill e Amersham e Chalfont & Latimer. Uma vez mais peço paciência para com as obras. Reforço a ideia que amanhã as viagens no troço reaberto serão gratuitas.

Boa Noite e Obrigado".

O jantar é retomado, com mais calma. A primeira fala que existe é... dá-me o teu número de telemóvel londrino. Carlos engasga-se e espirra, mas dá o número de telefone, onde de seguida recebe uma mensagem esquisita de Roberta que está à frente dela: "Vê a tua caixinha!".

Fonte da fotografia: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b4/Buckingham_Palace%2C_London_-_April_2009.jpg

A Memória Textual e não só (VII) - Uma nova vida em Londres

Carlos mexeu-se na cama após Roberta ter lido tal frase em voz alta. Ela voltou a colocar aquele papel na caixa e tirou outro. Ela estava a aguentar há mais de duas horas a vontade de urinar e leva a caixa para a casa-de-banho. Lá, concentra-se a ler o papel que tirou da caixa. Aquele texto era um dos mais bonitos:

"Olá. Depois de falarmos tanto acerca da tua ídola, e de termos chegado À conclusão acerca de quem tinha sido a minha escrevi isto. Senti um silêncio grande da tua parte e mesmo depois de teres dito que não valia a pena o medo, continuei com ele. Considerar alguém como ídolo é difícil e especialmente para mim, como bem sabes. Já tive demasiadas desilusões até aos 16 anos e não me apetece voltar a ter mais em tempos breves. Se as tiver, terei de me reconfortar. Não é a salvar vidas como dizes que vais conseguir que tu sejas a minha ídola de novo. Tive vários meses a pensar nesse assunto, na importância que tu tinhas para mim, nas minhas acções para contigo, na nossa relação de amizade, nos nossos pedidos, nas nossas conversas. Passaram treze meses depois de eu não ter considerado mais como ídola. Nesse tempo, houve momentos em que me surpreendeste bastante, mas outros em que me deixaste a pensar, se realmente eras tu quem eu conhecia. Vi-te crescer. Passei contigo um dos grandes passos na tua vida. Não me irei esquecer dele nunca mais. Não me posso também esquecer de tudo o resto que nos une, quer estejamos perto ou quer estejamos longe. Volto a dizer que o futuro é incerto, mas espero que se o futuro me atraiçoar, que não atraiçoe a nossa amizade. Mais uma vez o teu silêncio agonia-me. É como que eu sentisse que algo não está bem; olho para o preto electrónico e imagino algo que não é uma Roberta sorridente, mas sim uma pessoa que quer afastar-se. Porquê, perguntas tu? Não sei responder. Contigo, não consigo responder à maioria das coisas. Contigo tudo é diferente nada relação de amizade. É tudo mais estável, mesmo quando temos conversas acesas! És um exemplo a seguir para muitos, mas eu não chego aos teus calcanhares. No entanto, acho que como minha amiga.
Já sabes como eu sou! Este texto tem um mistério que tens de decifrar. Não te esqueças de o desmistificares. Sem ele, não perceberás a verdadeira razão de tal escrita. Boa Sorte."

Roberta comoveu-se uma vez mais ao ler o texto e ao entender o que Carlos queria dizer. Entretanto no quarto, Carlos levanta-se e apercebe-se que Roberta não está com ele. Estava de novo sozinho. A família tinha ido no avião antes de Roberta chegar e ali ele tinha ficado dois dias, doente, com a governanta e com mais cinco empregados. Ele, dirige-se para a casa-de-banho, roda o manípulo e repara que Roberta está lá. Fecha a porta de repente e volta para o quarto. Veste-se e saí de casa com dois pacotes de lenços, pela porta de serviço. Roberta fica em casa à espera que ele volte.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Esperado Regresso e Desaparecimento (VI) - Uma nova vida em Londres

Após todas as confusões do Natal e do Ano Novo, dia 3 de Janeiro entram em funcionamento as novas regras do Metro de Londres:

" 1 - São efectuados três comboios em cada sentido,em cada linha encerrada entre as 5:00 e as 8:30, entre as 12:00 e as 14:30, entre as 16:30 e as 19:30  nos dias úteis(mantendo os horários para se efectuar as ligações estabelecidas antes do período de obras).
2 - Os passageiros poderão utilizar nos restantes períodos os autocarros de substituição, não sendo os bilhetes adquiridos nos autocarros da TfL.
3 - Na linha Northern, os comboios referidos no ponto 1, terão destino a estação de Morden (no sentido norte-sul, existindo 1 comboio via Charing Cross e 2 via Bank.
4 - Na linha Piccadilly, os comboios referidos no ponto 1, terão destino a estação de Cockfosters (no sentido sul-norte) e no sentido contrário 2 terão como destino o Aeroporto de Heathrow (1 via T4) e 1 terá como destino Uxbridge.
5 - Na linha Central, os comboios referidos em 1 circularão entre White City e Stratford.
6 - Na linha Discrict não existirão serviços ferroviários referidos em 1
7 - As linhas Waterloo and City e Jubilee não serão afectadas pelas obras referidas neste artigo, mantendo assim o seu horário de funcionamento habitual.
8 - Durante o fim-de-semana e feriados, exceptuando nas linhas Piccadilly e Central, não se efecuarão serviços ferroviários.

Foram estas oito pontos que foram entregues a Roberta quando esta regressou de Portugal e ela reparou que quem tinha assinado o aviso era Carlos. Seguiu as pistas que lhe levaram à casa de Carlos, porque havia manifestações atrás de manifestações devido às contestadas obras do metro. Roberta chegou ao edifício que tudo levava a crer que era a casa de Carlos. Tocou à campanhia, passados 75 minutos, devido à multidão e gritou "CARLOS!". A governanta vem à porta e deixa que Roberta entre. Apresenta-se como amiga de Carlos e que precisava de falar com ele com alguma urgência. Roberta é conduzida quase que instantaneamente ao quarto onde Carlos estava, ainda meio adoentado, com a caixa dos textos em cima da mesa de cabeceira. Ele estava cansado de mais para falar. Abraçou-a e puxou-a para a cama, descansando depois. Roberta ficou ali, sem perceber nada, a fazer-lhe companhia. Após ela ter achado que ele estava adormecido, vai ver a caixa da Banda Larga. Deslumbra-se com a quantidade de textos que ele tinha. A maioria ela nem sabia que existiam. Fizeram-na chorar. Eram demasiado emotivos.

Roberta leu uma frase em voz alta: "As mãos tão tranquilas e lisas, contrastando com o tremor e as sarrabulhentas das outras", riscado por cima e em baixo, escrito "NÃO! EU TAMBÉM CONSIGO"!

As memórias do Passado (V) - Uma nova vida em Londres

O grande dia de Dezembro passa-se numa hora. Por Portugal, existem saídas a discotecas e salões de stripp masculino, mas em Londres, Carlos abre o seu arquivo de recordações: a sua caixa da Banda Larga que deixou de ter quando comprou uma "pen". Ao ver os textos que haviam sido escritos e respondidos realça-lhe à vista dois deles: um acerca do trabalho e outro acerca do seu estado espírito.

Nunca tinham sido divulgados ambos, mas eram sentidos. Carlos leu em voz alta os dois, começando pelo do trabalho.

"Vejo-a com outros olhos. Está cada vez mais universitária e de facto, assim é verdade. Sorrio quando acho que ela vai conseguir alcançar os seus objectivos sem qualquer esforço, mas no segundo seguinte lembro-me de toda a angústia que passei com ela. É como o oito e o oitenta. Como que quisesse e não quisesse pensar nela ao mesmo tempo.
Acho que ela está a estudar de mais. Até a posso perceber, mas acho tal esforço desnecessário. Para mim, não faz sentido tal acção. Apenas a vai desgastar mais e torná-la mais fechada. Quase que choro nesses dias. Mas é a vida. E nós temos de a ver dessa maneira."

Carlos, após se ter lembrado de tal texto solta uma lágrima e deixa de novo o seu nariz entupido, é como que algo tivesse voltado. Depois de se recompor, com a lavagem nasal, lê o outro texto:

"Estou completamente vazio. Não consigo sentir nada dentro de mim. É como que o esforço que faço vala zero e que não estivesse preparado para o que me espera. Não sei se aguento. Quando vejo uma falésia na televisão, o que me apetece é aproximar-me dela e atirar-me por ali a baixo, de braços abertos, para ao "chapar" no mar ou nas rochas poder, directamente, passar para o outro lado, estar descansado, não ter problemas com nada e dizer FIM. Mas a imagem que para muitos é bela, rapidamente acaba e eu fecho os olhos na cama. Acho que é o melhor sítio para ter consciência das acções e dos pensamentos..."

Desta vez, Carlos não acaba o texto todo. Recebe uma chamada do Junior Assistent, a perguntar-lhe o que poderia fazer enquanto existiam obras, porque não entendia nada dos planos que existiam em vigor, já que era uma novidade para todos. Carlos explica-lhe tudo, utilizando o seu inglês fluente, dizendo que não faz sentido existirem algumas linhas fechadas e irão ser reabertas, tais como a Jubilee e a Waterloo e City. Estas linhas poderiam ser intervencionadas aos fins-de-semana, deixando que existisse uma circulação eficiente de pessoas.

Carlos consegue explicar todos os seus planos ao seu colega e vai, mais uma vez descansar. Ele achava que Roberta estava cada vez mais longe e que nunca mais a iria ver.

sábado, 8 de maio de 2010

Uma nova vida em Londres (IV)

A mãe de Carlos aplaudiu o texto proferido pelo mesmo aquando da conferência de imprensa. O Senior Manager da TfL continuou com a planificação das reformulações do metropolitano até cerca das três da madrugada.

No dia seguinte em Portugal, é anunciado o que irá acontecer em Londres e, quando Roberta ouve a notícia pela televisão estatal portuguesa desmarca-se, pois sabe que se existisse algum problema com o seu caminho para o trabalho a mesma seria informada por Carlos. A mãe de Roberta vê Carlos a dar a conferência de imprensa pela televisão e chama a filha para junto dela. Roberta junta-se à mãe e ouve o seu antigo colega de escola a falar de logística, fazendo-a relembrar todas as planificações que ele fazia no Secundário. Ela ouve com atenção tudo o que Carlos disse a Londres e ao mundo e percebe qual é o cargo dele agora.

Carlos estava agora a falar para os jornais ingleses dando cada vez mais detalhes acerca do que iria ocorrer e das altrnatias que iriam existir. Foi uma semana monótona e passam-se, para além dos sete dias mais três, ficando o dia a marcar 19 de Dezembro. Carlos, após a visita às obras em Chesham, fica engripado e passa o dia em casa. Nessa manhã, Carlos liga a Roberta e dá-lhe os parabéns. Tenta fazer uma voz decente e não mostrar que está engripado. Após desligar, Carlos volta a deitar-se na cama e começa a chorar. Chora lágrima atrás de lágrima, fazendo quase que como um carreiro de cloreto de sódio pela face a baixo.

Em Portugal, Roberta apercebe-se que Carlos não está bem, mas não poder fazer nada. Apesar de estar longe, não tem avião marcado e não pode ir ter com ele. Aliás, a única coisa que ela sabe é o cargo dele. Por mais estranho que pareça Carlos muda sempre de assunto, quando se toca no trabalho e em morar em sítio. Apesar de todos estes desencontros, Carlos anseia ver de novo Roberta e poder abraçá-la.

Uma nova vida em Londres (III)

Carlos consegue chegar a casa e vai ao computador ver a que horas chega o próximo voo proveniente de Londres. Pelo que reparou já tinha chegado e Roberta tinha tempo de chagar a casa.

Roberta, mal que chegou a casa, ligou a Carlos e ele atendeu-lhe a chamada. Parece que Roberta encontrou Carlos após três meses de busca intensa e sem resultados. O problema é que a estada de Carlos em Portugal foi mais curta do que se pensava. Roberta estava a tentar combinar uma saída com Carlos, quando este vê um e-mail da TfL dizendo que ele tem de interromper as férias que havia amrcado devido a um problema que ocorreu na sincronização das linhas e comboios que ninguém conseguiu resolver. Ele ficou triste, porque queria passar o Natal e o Ano Novo com a família, mas não conseguia. Por espanto da família, Carlos convida-os a ir para Londres passar o Natal e o Ano Novo para a sua casa. Claro que a família aceitou.

Roberta desligou o telemóvel assim que soube que Carlos tinha de regressar a Londres no dia seguinte. Não conseguiu agradecer nada do que Carlos lhe tinha dado e que era fantástico. Ela era a única naquele hospital com tal instrumento daquela cor, que relembrava um grande amigo que Roberta tinha.

À noite, Carlos liga para Roberta dizendo-lhe que pede desculpa por não conseguir estar presente no aniversário dela. Mas que lhe mandava a prendinha, que classificava como "simbólica" por correio, mantendo alguma tradição passada! Carlos pediu também desculpa a Roberta por tal comportamento na ida para Londres, que deixou Carlos desolado. Roberta sentiu Carlos a chorar, através da fala dele. Ela sempre soube que a fala dele fica mais rouca quando ele chora. Foi isso que aconteceu naquele momento. Roberta fica por Portugal e diverte-se durante as férias de Natal, enquanto que Carlos regressa a Londres, sem a família que iria ter com ele dias depois.

Passam-se dois dias e a família de Carlos chega ao aeroporto de Londres. Espera-os uma limusina de cor preta com Carlos lá dentro. A família começou a questionar tantas coisas e tantas riquezas que não eram habituais dele. Eram colocadas questões atrás de questões.

- Uma limusina? Deves ter pagado imenso por isto! - disse a mãe de Carlos
- Não mãe, claro que não. Eu tenho direito a ter esa limusina. Sou o chefe máximo da TfL agora e não chefe da organização logística do Metropolitano, respondeu Carlos.

A viagem até à outra parte de Londres chega ao fim e quando a família de Calros vê como fundo o National Bank, quase que deliria que questiona Carlos acerca das suas possibilidades financeiras. A casa de Carlos estava cheia de requinte, mas com uma característica única. Tinha um ar de casa portuguesa, parecida àquela onde ele havia vivido vários anos. Ele desculpa-se por se ter de ausentar, mas a Mme. Parrot tratava da hospedagem dos familiares em tal casa. Toda a família de Carlos continua boquiaberta com tal imensidão habitacional.

Há hora do jantar, surge uma notícia de última hora nas notícias televisivas. Diz-se que o Metro de Londres irá encerrar linha a linha durante a semana, para trabalhos de reformulação excepcionando as linhas Piccadilly  e Central. Que levavam os passageiros ao centro de Londres até ao aeroporto, passando por Hammersmith. Levataram-se imensos protestos pela cidade após a divulgação por parte da TfL de tal decisão, mas por volta das vinte e três horas, Carlos, filmado em sua casa, explica aos Londrinos o que irá acontecer. Parte do discurso de Carlos traduzido para Português é o seguinte:

"Caros Cidadãos Londrinos e Turistas,

Foi-vos anunciado por volta da hora do jantar que iriam existir interrupções no Metro de Londres. De facto, implementei uma nova organização e método para remodelar de forma mais exaustiva e mais rápida o mais antigo meio de transporte subterrâneo do Mundo. Desta forma, considero prioritário o acesso aos hospitais, universidades, bancos e aeroportos, consequentemente essas ligações irão ser mantidas, devido à enorme quantidade de população que converge para tais locais. Refiro desta forma que as Linhas Central e Piccadilly não serão afectas até ao próximo mês de Junho. Mais anuncio que o DLR não será afectado e as ligações com o London Overground também serão mantidas. Desta forma, serão encerradas de forma faseada as linhas do nosso metropolitano, podendo assim existir uma refrmulação efectiva dos seus percursos e trajectos. Desta forma, os encerramentos serão realizados da parte não-central para a parte cental de Londres, começando pela zona Noroeste com a Metropolitan Line. Terminar-se-á esta intervenção passados quatro anos, com a reformulação completa de todo o material circulante e do eixo central, que culminará com a reabertura da estação de Blackfriars, que extenderá o seu período de obras por mais dois anos. Serão disponibilizados serivços alternativos (autocarro) e serão concretizadas viagens de metro, no entanto, com velocidade reduzida e a específicas horas do dia.

Obrigado".

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Uma nova vida em Londres (II)...

(... e que tal um exercício para descobrir o início...?)

A procura pelo companheiro de longa data continuava turno após turno de internato. Cada vez mais Roberta era enviada para sítios mais formais e menos acessíveis. Desde a sede do "National Railway" até mesmo à "Parliament House", onde Carlos tinha feito um discurso acerca dos transportes e da nova organização que tinha implementado há pouco tempo. Roberta continuava sem saber o que se tinha passado com Carlos, mas notou que o metro vinha cada vez mais a hora, existiam novas tarifas, novos percursos e reformulações que haviam sido comentadas há anos. Após a primeira semana de "buscas" Roberta lembra-se de uma conversa que havia tido com Carlos, no Secundário. A antiga "East London Line" do metro que tinha sido convertida para comboio.

Passou por lá e, utilizando o seu fluente inglês perguntou na bilheteira quem era o responsável pela linha. Responderam que era Mr something, cujo nome ela não percebeu. Se fosse Carlos, Roberta tinha percebido que era um nome conhecido. Ela teve possibilidade de ver anúncios recentes da linha em causa e não tinham sido assinados por ele. Logo, Roberta voltou à estaca zero.

Carlos estava cada vez mais longe, mas cada vez mais perto! Carlos tinha acabado de sair do comboio que tinha chegado de New Cross há 2 minutos, tinha reparado em Roberta, mas como ela estava tão mudada não associou a 100% à pessoa em si. O fato completo que Carlos enverdava não era tão assimilado na altura em tal zona de Londres. Ele tinha uma limusina à espera para o levar a casa. Ele tinha mudado de casa. Estava junto às estações de Bank e Monument agora. Deixara a sua zona antiga e a TfL havia-lhe oferecido tal apartamento em tal zona requintada da cidade.

Para espanto de Roberta e sem saber nada de novo acerca de Carlos, a estação de Hammersmith tinha entrado em obras, existindo apenas comboios a parar naquela estação, por mais estranho que pareça, meia-hora antes da hora do início do turno no Hospital de Hammersmith e meia-hora a quarenta e cinco minutos após o fim de cada turno. Todos os dias da semana, excluindo nos turnos de Domingo a partir das catorze horas.

Roberta quando consegue perceber tal coisa, já se passa o mês de Dezembro, e após ter colocado a questão dos horários da estação de Metro a um colega, este diz-lhe que tudo isto é obra do novo Senior Manager da TfL, que detesta o que era o Metro. O colega de Roberta diz-lhe ainda que já tentaram assassinar o Manager, mas sem efeito.

Carlos enquanto Roberta estava a comentar tal situação preparava-se para apanhar o metro para se dirigir ao aeroporto para poder visitar a família durante o Natal e Ano Novo. Mas, mais uma vez pelo estranho que pareça, ele regressou no dia 9 de Dezembro. Nunca nenhum Senior Manager tinha pedido tão poucas férias, como este.

Ao chegar ao novo aeroporto de Alcochete, em Portugal, a família de Carlos espera-o! Pelo maior espanto, a família de Roberta também estava no aeroporto, mas sentados num banco, longe das zonas de chegadas. Após ter falado com a mãe de Roberta, Carlos percebeu que Roberta também regressava hoje, mas noutro avião, mais tarde.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Tenho medo... IMY!

Tenho medo! Não sei agir, não sei perceber as novas mensagens, não sei como pensar em novos casos, novas mudanças, novas marcas no mundo, novas reacções! Apenas me consigo perceber com o que é velho e o que é testado. Tudo o que é novo passa-me ao lado e deixa-me derreado. Até a própria vontade de fazer as coisas mudou. Não tenho ânimo para fazer o que fazia! Voltei a ver o site do Metro de Londres, voltei a pensar que ninguém está presente na minha vida, voltei a ter más notas nos testes, penso ainda que sou um falhado e não consegue evoluir na sociedade actual. Preciso de algo! Admito que preciso de algo, mas com força! Nada que me deixe, cada dia, com uma nova surpresa, nova admiração e triste!

É como que cada dia que entro no autocarro para ir para escola pensasse que ia ser diferent eo dia, mas vejo as mesmas caras que me deixam mal, quase a chorar! Mas não posso chorar na escola. Hoje não quis participar na actividade de Educação Sexual no período da tarde. Não me sinto bem comigo mesmo. Tinha tantos exemplos e palavras para dizer, experiências para falar, mas empurrei-me para uma página de exercícios de Matemática A e sucessões respectivamente. Não consegui de maneira nenhuma perceber o que tinha feito de manhã, nem nas aulas, nem nos testes. Derreio-me cada vez mais quando não percebo o que faço!

Quero fechar os olhos! Descansar um pouco e ver um mundo diferente. Um mundo moldado e completame utópico! Que se soltem lágrimas até ao máximo possível! Que se me dê um descanso que me permita recompor a 100%! Que eu perceba o novo mundo! Que, finalmente, eu possa perceber e olhar com normalidade para tudo e que não tenha de fingir nada!

terça-feira, 4 de maio de 2010

A música não comanda sentimentos... Os sentimentos é que comandam a música!

É como ouvirmos a música antes e depois de uma notícia que nos preocupa. Podemos sorrir para a música e pensarmos nas memórias boas que els nos traz, ou então, quando algo nos preocupa e começa-nos a preocupar quando a ouvimos, a mesma deixa-nos de rastos. Mas eu não quero deixar de ouvir a música! Quero descarregar todas as lágrimas numa música que é minha favorita! Devo um agradecimento ao meu colega e amigo bloguista Rui Pedro pela excelente música. É uma daquelas que dá para pensar imenso ou então, apenas sorrir.

Pode não ser com uma Cara de Poker que estou neste momento, mas como referi no último texto, mas sim com cara de cansaço e com cara de "pai" preocupado. Como reagir? Como pensar? Como imaginar agora?
Como lidar com lágrimas de preocupação? Como lidar com a pessoa que nos deu a "má" notícia sem dar-lhe conta que mentimos um bocadinho, para não criar problemas e constragimentos??

Acho que o meu tremor das mãos está pior agora. Estou nervoso!

Uma verdade não pensada... que muda tudo!

Ups... Levei a resposta que menos esperava. Pergunto-me se devo confiar nos meus colegas nalgumas questões, porque pelos visto não andam informados nos assuntos nos quais os questiono. Mas também não têm de saber da vida dos outros. Daí, não haver grande importância nisto.
O próprio problema é quando se recebe respostas que nos levam automaticamente para um aumento da frequência cardíaca, para uma volta de 180º do estômago. É quase instantâneo. Poderia ser de amor, mas não é. Poderia ser de falta, mas não é. É de preocupação. Se calhar demasiada, mas acho que não. Tenho medo que lhe aconteça alguma coisa. Só de pensar as vezes sem conta que vomitei, fiquei mal disposto, aumentou a frequência cardíaca por causa de acções nem as consigo contar com os dedos. Algumas já passaram, mas duas vêm aí e são enormes. NÃO CONSIGO DEIXAR DE PENSAR E SENTIR-ME ASSIM! Quase que choro de medo! Assisti a tal alteração o ano passado que me deixou tão feliz, mas sinto-me terrível agora. É nestes momentos que penso que não a queria ter conhecido. Já sei como vão ser os próximos dias. De coração nas mãos, de fragilidade, de suores frios, de instabilidade interior. O problema é que não posso falar sobre isso. Eu questiono-me acerca da necessidade de tudo isto. Acho que a resposta que eu próprio me dou a mim é... a ligação que tenho a ela. Será que isso não me deixa demasiado preocupado? Só de pensar como foi na última noite em que isto aconteceu. Apetecia-me ficar acordado, fazer directa, sentir-me acompanhado até ao momento máximo em que fosse possível. Como que quisesse sentir a telepatia até ao máximo. Consegui metade. Acordar a meio da noite e poder sentir-me bem!

Mas desta vez é diferente. Acho que não vou conseguir dormir mesmo. Não sei. O que sei é que lhe menti agora mesmo. Choro agora por isso, mas tenho de mentir. Não transmitir-lhe isto. Acho que o medo voltou!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A grafite do lápis HB

Um simples lápis de carvão que é capaz de fazer com que o papel seja "pintado" com várias tonalidades e cinzento. Do mais claro, ao mais escuro passando pelo intermédio, todas as cores são como o espírito que o ser humano demosntra para com os outros. O preto do carvão, carregado de raiva, com a intenção de nos livrarmos dele constrasta com as partes cinzento claras que demonstram a leveza do espírito. Porquê no mesmo sítio da filha de papel tanta confusão? Uma desorganização imensa de cinzentos, porquê? Três letras compõem a resposta: IMY!

Fonte da fotografia: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/08/Pencils_hb.jpg