Eram tão boas as cócegas. De forma suave e doce. Mas Carlos tinha de fazer as malas naquele dia, ia para Portugal de novo. Tinha delegado competências no Junior Assistant e queria regressar a Portugal. Carlos estava triste e cansado de Londres. Apesar da bela companhia que existia ali, ele queria fugir! Sair daquele espaço, mesmo que isso lhe custasse afastar de uma das melhores pessoas para ele na vida. Mas tinha de ser.
Fez as malas silenciosamente, e lembrou-se do medo que tinha em Roberta mudar a rede do seu telemóvel. Se tal acontecer, mal podiam conversar. Era uma vida tão bonita, tão calma, tão serena e tão estável. Será que tal ia acontecer agora? Tinham chegado à TfL cartões de uma rede diferente daquela que eles utilizavam e Carlos chegou a dar um a Roberta. Tinha medo de novo. Há hora de saída, fala com Roberta sobre o assunto. Ambos derramarram lágrimas. As saudades iriam ser imensas, os sentimentos e a relação poderia ser completamente diferente. Ele quis ir de metropolitano, atravessar as próprias obras que ele montou, até chegar o momento de sair mesmo de Londres e do Reino Unido. O que ficava para trás? Uma pessoa, memórias, desejos, uma boa vida, mas o salário continuava a ser recebido mensalmente em Portugal.
Que seria de Roberta? Para Carlos, não existia nenhum sentimento diferente. Ele pensava que ela não iria sentir a sua falta. Será que está correcto? O avião parte e Roberta fica com uma mansão só para ela. Para ela triunfar com tudo o que tinha direito, sem combates de guerra a brincar e jantares interrompidos com telemóveis.
Carlos teve saudades? Mal chegou a Portugal, pôs-se a pensar se tinha feito bem...